sábado, 10 de dezembro de 2011

3º COLÓQUIO INTERARTES


PROGRAMAÇÃO

13 de Dezembro de 2011

7h30 às 8h30 – Credenciamento
Local: Auditório do ICJ da UFPA

8h30 às 9h30 – Conferência de Abertura – Os Estudos Culturais e o Saber Contemporâneo
Conferencista: Prof. Dr. Wander Melo Miranda (UFMG)
Mediadora: Profª Drª Bene Martins (UFPA)

9h30 às 09h50 – Momento de interação do palestrante com os participantes



09h50 às 10h00 - Intervalo

10h00 às 11h30 – Mesa Redonda – Os Estudos Culturais entre História e Literatura
10h00 às 10h20 – Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco (UFPA) – Os Estudos Culturais na Amazônia Marajoara: Identidades, Saberes e Religiosidades no Regime das Águas
10h20 às 10h40 – Profª Drª Bene Martins (UFPA) - Imagens da Amazônia: Olhares Interculturais
10h40 às 11h00 – Prof. Dr. Mario Médice Costa Barbosa (IFPA) – Narrativas, Identidades e Lutas Culturais na Amazônia Paraense
Mediador: Prof. Dr. Edison da Silva Farias (UFPA)

11h00 às 11h20 – Momento de interação


11h20 às 12h35 – Mesa Redonda – Os Estudos Culturais entre Educação, Artes e Antropologia
11h20 às 11h40 – Profª Msc. Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues (UFPA) – Professoras Aposentadas em Território Ribeirinho: Educação, Identidades e Saberes Culturais.
11h40 às 12h00 – Profª Msc. Isis de Melo Molinari Antunes (UFPA) – Guilherme Jr. Artesão da Memória: Artes, Identidades e Cultura Material.
12h00 às 12h20 – Prof. Msc. Jerônimo da Silva e Silva (UNAMA) – Mulheres Benzedeiras na Amazônia Bragantina: Memória, Identidades e Práticas de Cura. 
Mediador: Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco (UFPA)

12h20 às 12h35 – Momento de interação


14h30 – 17h30 – GRUPOS DE TRABALHO

Local: Escola de Teatro e Dança da UFPA – ETEDUFPA
Endereço: Tv. Dr. Romualdo de Seixas, 820 -  Fone (91) – 3212-5050


GT 01: ESTUDOS CULTURAIS E ARTES

SALA 01
Coordenação:
Profª. Drª Ana Flávia de Mello Mendes (PPGArtes/UFPA)
Mestrando Eduardo Wagner Nunes Chagas (PPGArtes/UFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. A CIDADE COMO CENÁRIO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA: Do cinema aos Videogames
José-Maria Teixeira da Costa Júnior

02. A CIDADE COMO EXPERIÊNCIA CULTURAL: Apontamentos Iniciais sobre a Pichação e o Grafite em Belém-PA.
John Fletcher

03. A DANÇA DO PORTA-ESTANDARTE: Corporeidade e Construção Técnica na Cena Carnavalesca Paraense
Feliciano Marques Filho

04. A FEIRA ENQUANTO FORMA: Pesquisas em Estudos Culturais na Amazônia
Marina Ramos Neves de Castro

05. A POÉTICA AMAZÔNICA DE ARMANDO QUEIROZ: Territórios de Memórias, Conflitos e Devorações no Prêmio Marcantônio Vilaça (2009-2010)
Heldilene Guerreiro Reale

06. AS MULHERES DE ELIENI TENÓRIO E CHICO BUARQUE
Adelyze Margarida Marques Valois

07. ARTE PÚBLICA E COMUNIDADES URBANAS: Um paralelo entre os artistas Helio Oiticica e Monica Nador
Andréa Feijó Andrade

08. DA PORTA PARA FORA, O PÉ ESTÁ NO BAIRRO
Eduardo Wagner Nunes Chagas

GT 01: ESTUDOS CULTURAIS E ARTES

SALA 02
Coordenação:
Profª. Msc. Isis de Melo Molinari Antunes (Escola de Aplicação/UFPA)
Mestranda Ida Azevedo Hamoy (PPGArtes/FAV/UFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. ENTRE AS EXPRESSÕES CATÁRTICAS E EXTÁTICAS: Uma Análise Sobre a Poética dos Parangolés de Hélio Oiticica e o Ato Expressivo Corporal do Espectador/Participador Paraense com Estas Obras.
Amanda Gatinho Teixeira

02. UM ARTESÃO URBANO REVELA O HOMEM AMAZÔNICO
Isis de Melo Molinari Antunes

03. IMAGENS INSÓLITAS: Arte e Possibilidades de Humanização em Espaço Psiquiátrico
Roberto de Mendonça França Júnior
Ivanil Letícia Nascimento Leite França
Sttefane da Costa Trindade

04. MULHERES ARTISTAS DO PARÁ E SUA ARTE FEMININA
Sissa Aneleh Batista de Assis

05. O ESTATUTO MÁGICO DAS IMAGENS FOTOGRÁFICAS DO ESPETÁCULO TEATRAL “QUANDO A MÚSICA TERMINAR...”
Edson Fernando Santos da Silva

06. O ARTISTA CURADOR:
Realidade nas Curadorias na Amazônia
Eliane Carvalho Moura

07. O MAR DE SÃO BENEDITO: Uma Imersão Mitológica
Thales Branche Paes de Mendonça

08. PAREDES, MUROS E PLACAS: Por uma construção visual da cidade
Daniely Meireles do Rosário

GT 02: ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO

SALA 03
Coordenação:
Doutoranda Rosângela Maria de Nazaré Barbosa e Silva (PPGED-UFPA)
Mestrando Welton Diego Carmin Lavareda (PPGCLC-UNAMA)

COMUNICAÇÕES:

01. MEMÓRIAS DO BRINCAR: O Cordão de Pássaro Colibri, da ilha de Caratateua-Pa.
Josebel Akel Fares
Maria Roseli Sousa Santos

02. DO TEXTO À INTEGRAÇÃO SOCIAL DO ALUNO SURDO
Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva
Welton Diego Carmin Lavareda
03. FALARES NO BRASIL: Um Recorte de Estudos Dialetais no Pará, Paraná e Paraíba
Maria do Perpetuo Socorro Cardoso da Silva
Thamy Saraiva Alves
Tálita Rodrigues de Sá

04. PANORAMA DO ENSINO DE FUNÇÃO AFIM
Cristiane do Socorro Ferreira dos Santos
Fábio José da Costa Alves

05. JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA: Discutindo Identidade, Cultura e Artes
Ionete Morais Lopes

06. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO CAPITAL SOCIAL ATRAVÉS DO SEU CONTEXTO HISTÓRICO
Dorival Pereira Tangerino Neto
Bruno da Costa Feitosa
Rosinele Oliveira

07. ARTE E INCLUSÃO: O Folclore na Classe Hospitalar
Roberto de Mendonça França Júnior
Ana Elvira da Silva
Zôe Cotta dos Prazeres
Ivanil Letícia Nascimento Leite França

08. ESTUDOS CULTURAIS: Uma Perspectiva Possível para Pesquisas em Literatura Popular na Amazônia
Flávio Reginaldo Pimentel
GT 02: ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO

SALA 04
Coordenação:
Doutoranda Isabel Cristina F. dos S. Rodrigues (PPGED-UFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. PROFESSORAS APOSENTADAS NA AMAZÔNIA PARAENSE: Estruturas de Sentimento e Representações.
Isabel C. F. dos Santos Rodrigues

02. MULHERES E DOCÊNCIA: História de vida e experiência na Amazônia Ribeirinha
Lenise Maria da Silva Ferreira

03. LÍNGUA ESCRITA: Significados e Importância na Identidade Cultural
Francinete do Socorro Saraiva de Lima

04. ENTRE O TEXTO E A LEITURA HÁ UM SUJEITO: Estratégias de Leituras para Construir Leitores
Jandiassy Ribeiro

05. A HISTÓRIA DA ÁFRICA NA ESCOLA: Estratégias para Desconstruir Representações
Jaddson Luiz Sousa Silva
Agenor Sarraf Pacheco

06. OLHOS NEGROS: Um Farol Virtual para a Cultura Afrodescendente na Amazônia
Acilon Himercírio Baptista Cavalcante
Alcyr de Morissom Faria Neto

07. LEI 10.639/2003: Uma Análise de Identidade e Cultura a partir de Concepções Cristalizadas
Edileuza dos Santos Andrade
Maria Raimunda Santana Fonte

GT 03: ESTUDOS CULTURAIS E LITERATURA

SALA: 05
Coordenação:
Profª Drª Bene Martins (PPGArtes/UFPA)
Prof. Doutorando Gilson Penalva (UFPB –UFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. A REELABORAÇÃO DO MITO NA OBRA “ÓRFÃOS DO ELDORADO”: Discutindo Cultura e Identidade na Amazônia
Apoliana Maria Quitéria da Costa

02. ADALCINDA CAMARÃO E LÍBERO LUXARDO: Poesia e Imagem em Um dia qualquer
Iris de Fátima Lima Barbosa

03. O SAGRADO E A DIFERENÇA NEGRA EM ORAÇÃO DA CABRA PRETA, DE BRUNO DE MENEZES
Josiclei de Souza Santos

04. IDENTIDADE E SEXUALIDADE EM A CONFISSÃO DE LÚCIO DE MÁRIO SÁ CARNEIRO
Márcio Gandra

05. IMAGINÁRIOS INSUBMISSOS E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES CULTURAIS: Um estudo de Cinzas do Norte de Milton Hatoum
Lorena Penalva

06. AMAZÔNIA, AMAZONIDADE E TRANSVERSALIDADE: Em busca da Construção de um Conceito
Gilson Penalva

07. A IDENTIDADE AMAZÔNIDA NA CANÇÃO DE PAULO ANDRÉ BARATA
Jeová Ferreira Júnior

08. CULTURA E MEMÓRIA EM NARRATIVAS ORAIS AMAZÔNICAS
Alex Dax de Souza
Antonia Priscila Fernandes Araújo
Maria do Socorro Simões

GT 04: ESTUDOS CULTURAIS E COMUNICAÇÃO

SALA: 06
Coordenação:
Profª. Drª. Ivânia dos Santos Neves (PPGCLC/UNAMA)
Mestrando Leandro Raphael de Paula (PPGArtes/UFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. O QUE EXCITA OS ANJOS?
Mídia, Arte e Representações em The Fallen Angels
Elane Cristina do Carmo Queiroz

02. O ESPECTADOR CINEMATOGRÁFICO NAS BELÉM DOS ANOS DE 1920
Eva Dayna Felix Carneiro

03. CULTURA DE MASSA: Sobre como um conceito se torna fetiche
Leandro Raphael de Paula

04. AMAZÔNIA DOS POVOS:
Os Movimentos, Lutas e Conflitos na Imprensa Paraense
Luciana Kellen Soares da Mata
Franklin Salvador Oliveira

05. MEMÓRIAS EM PELEJAS: No Caminho do Jabuti e do Veado
Joel Pantoja da Silva
Ivânia dos Santos Neves
Agenor Sarraf Pacheco

06. O POVO INDÍGENA AIKEWÁRA E A MÍDIA: Mediação, Apropriação e Resistência nas Fronteiras de Identidades
Maurício Neves Corrêa
Ivânia dos Santos Neves

07. LETRAMENTO DIGITAL ENTRE OS AIKEWÁRA
Pedro Paulo dos Santos Leal
Ivânia dos Santos Neves

08. A PUBLICIDADE ESTÁ SEM TEMPO PARA O CONSUMIDOR
Thiane de Nazaré Monteiro Neves
GT 05: ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRIA

SALA: 07
Coordenação:
Prof. Dr. Mário Médice Barbosa (IFPA)

COMUNICAÇÕES:

01. A LINGUAGEM PAPA-CHIBÉ DE MÁRIO SOBRAL: Paraensismo, Identidades e Práticas Culturais
Mário Médice Barbosa

02. PORTOS DE HISTÓRIA: Sentidos e Sentimentos em Memórias de Cidades-Florestas Marajoaras
Agenor Sarraf Pacheco

03. MÚSICA POPULAR E ENGAJAMENTO NO PARÁ (ANOS 60 E 70)
Cleodir Moraes

04. DOIS PARTIDOS E UMA COLCHA RASGADA: Arena e MDB em notícias sobre a Amazônia Marajoara
Jaime Cuéllar Velarde

05. CONTATOS AFROINDÍGENAS NA ETNIA TEMBÉ TENETEHARA – ALTO RIO GUAMÁ -PA (1949- 2010).
Alik Nascimento de Araújo
Luiz Carlos Cruz Cunha
Agenor Sarraf Pacheco

06. TEIAS DA CRIAÇÃO E DA MEMÓRIA:
Usina Contemporânea de Teatro, 22 anos (1989 – 2011)
Valéria Frota de Andrade

07. NA POÉTICA E NA POLÍTICA: História e Literatura em Bruno de Menezes
 Marcos Valério Lima Reis
Agenor Sarraf Pacheco
08. IDENTIDADE EM ZONA DE PERIGO: Trajetórias da índia Alicia em Cinzas do Norte de Milton Hatoum
Ezilda Maciel da Silva


GT 06: ESTUDOS CULTURAIS E ANTROPOLOGIA

SALA: 08
Coordenação:
Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco (PPGArtes/PPGA/UFPA)
Prof. Msc. Jerônimo da Silva e Silva (SEDUC)

COMUNICAÇÕES:

01. ETNOGRAFIA COMO TRADUÇÃO:A im-possibilidade de inscrição do outro
Hadson José Gomes de Souza

02. A IMPORTÂNCIA DA ETNOGRAFIA NAS PESQUISAS EM DANÇA
Rosana Lobo Rosário

03. “TÁTICAS” COTIDIANAS NO JOGO DE IDENTIDADES DOS HOMOERÓTICOS EM BACURITEUA (PA).
Camilla da Silva Souza

04. O IMAGINÁRIO COLETIVO SOBRE A AMAZÔNIA:
Clichês do Cinema Estrangeiro e Outras Amazônias no Documentário Iracema (1974)
Geovane Silva Belo

05. ENTRE NÓS: Apontamentos para se pensar a-(s) Biografia-(s) dos Objetos Artísticos Ocidentais Musealizados
Luzia Gomes Ferreira

06. “O VÔO DO CABOCLO FLECHADOR”: A Saga de um Xamã na Amazônia Bragantina
Jerônimo da Silva e Silva
Agenor Sarraf Pacheco

07. GRAFISMO EM VARINHAS: Experiência Estética e Identidade Cultural Amazônica
Renato Vieira de Souza
08. FAZERES E SABERES: Expressões Artísticas da Artesania Marajoara Boavistense
Ninon Rose Jardim


18h00 – Programação Cultural e Lançamento de Revista e Livros
Local: Escola de Teatro e Dança da UFPA

Observações:
1- Apresentação de 15 minutos para cada comunicação.
2- Entregar o documento (slides) ao coordenador do GT com antecedência.






SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES






Caderno de Resumos





(Orgs.)
Agenor Sarraf Pacheco
Isabel Cristina F. dos S. Rodrigues
Isis de Melo Molinari Antunes
Jerônimo da Silva e Silva


ISBN: (978-85-63189-11-0)

APRESENTAÇÃO


O Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes), do Instituto de Ciências da Arte (ICA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), objetivando dar continuidade aos diálogos teórico-metodológicos interdisciplinares que vêm promovendo desde sua criação em 2008, mais especificamente com atividades acadêmicas, realizou no dia 13 de dezembro de 2011, o III Colóquio InterArtes com a temática “Pesquisas em Estudos Culturais na Amazônia”.
O evento foi uma iniciativa do Grupo de Pesquisa “Estudos Culturais na Amazônia” (GECA/CNPq/UFPA), sob a coordenação dos professores doutores Agenor Sarraf Pacheco e Bene Martins. A experiência de ensino e pesquisa acumulada por esses professores desde seus estudos de mestrado e, especialmente, no doutoramento e o enorme interesse que os Estudos Culturais como campo interdisciplinar do saber ganharam a partir de sua disseminação na América Latina ao longo da década de 1990, permitiram avaliar a importância de se criar, no âmbito do PPGArtes, um grupo de pesquisa que fosse capaz de contribuir nas discussões de temáticas fundamentais ao mundo amazônico.
Nesse intuito, desde março de 2011, o GECA congrega professores e estudantes que realizam ou têm interesses em desenvolver pesquisas no campo dos Estudos Culturais e do Pensamento Pós-Colonial. Em seus encontros, o grupo procura debater a produção intelectual de alguns de seus representantes situados na Inglaterra, Índia, Caribe, América do Norte e América Latina e refletir suas conceituações teóricas à luz dos modos de viver, saber e fazer das populações amazônicas, centrando-se nas formas de negociações, ressignificações, perdas, lutas e resistências em tempos de encontros e confrontos culturais. Richard Hoggart, Raymond Williams, Edward Palmer Thompson, Stuart Hall, Raphael Samuel, Edouard Glissant, Edward Said, Homi Bhabha, Paul Gilroy, Néstor García Canclini, Beatriz Sarlo, Jesus-Martin Barbero, Walter Mignolo, George Yudice, são os intelectuais com os quais o grupo vem procurando interagir.
Desse modo, integrando professores e estudantes de Artes, História, Literatura, Letras, Comunicação, Educação, Geografia, Antropologia e Museologia, o GECA, sediado no Instituto de Artes e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes, planejou o III Colóquio com atividades acadêmicas (conferência, mesas-redondas e seminários temáticos) e de integração cultural (debates, apresentações científicas e culturais, lançamento de livros e revistas) como uma forma de:
a) Visibilizar o GECA, no âmbito do PPGArtes, como grupo de estudo e pesquisa na Universidade Federal do Pará e sua inserção no campo da formação intelectual de mestrandos, doutorandos e pesquisadores interessados por suas formas de abordagens;
b) Conhecer e publicizar os novos circuitos de pesquisa e produção de conhecimento em Estudos Culturais e Pensamento Pós-Colonial na Amazônia Paraense;
c) Promover a interação entre grupos de pesquisa de universidades públicas e particulares do Pará; d) Criar redes de colaboração com profissionais de outros campos do saber por intermédios dos debates sobre o campo da cultura;
e) Socializar investigações desenvolvidas ou em fase de estudos sobre as intersecções dos Estudos Culturais com áreas de letras, artes, ciências humanas, sociais e sociais aplicadas, com ênfase nas realidades amazônidas em diferentes perspectivas de abordagens.
Neste caderno de resumo[1], apresentamos os trabalhos inscritos no evento. Eles visibilizam o enorme interesse que o campo dos Estudos Culturais assumiu no cenário das pesquisas concluídas e em andamento na Amazônia. Para a comissão organizadora do 3º Colóquio InterArtes fica a gratidão do convite e presença positiva de alunos pesquisadores, professores pesquisadores e pesquisadores que, com suas apresentações, permitiram ampliarmos olhares e perspectivas sobre os usos e utilizações da cultura em dimensão plural no universo amazônico.  

Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco


SUMÁRIO

GT 01: ESTUDOS CULTURAIS E ARTES

01. A CIDADE COMO CENÁRIO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA: Do cinema aos Videogames
José-Maria Teixeira da Costa Júnior
02. A CIDADE COMO EXPERIÊNCIA CULTURAL: Apontamentos Iniciais sobre a Pichação e o Grafite em Belém-PA.
John Fletcher

03. A DANÇA DO PORTA-ESTANDARTE: Corporeidade e Construção Técnica na Cena Carnavalesca Paraense
Feliciano Marques Filho
04. A FEIRA ENQUANTO FORMA: Pesquisas em Estudos Culturais na Amazônia
Marina Ramos Neves de Castro
5. A POÉTICA AMAZÔNICA DE ARMANDO QUEIROZ: Territórios de Memórias, Conflitos e Devorações no Prêmio Marcantônio Vilaça (2009-2010)
Heldilene Guerreiro Reale
06. AS MULHERES DE ELIENI TENÓRIO E CHICO BUARQUE
Adelyze Margarida Marques Valois
07. ARTE PÚBLICA E COMUNIDADES URBANAS: Um paralelo entre os artistas Helio Oiticica e Monica Nador
Andréa Feijó Andrade
08. DA PORTA PARA FORA, O PÉ ESTÁ NO BAIRRO
Eduardo Wagner Nunes Chagas
09. ENTRE AS EXPRESSÕES CATÁRTICAS E EXTÁTICAS: Uma Análise Sobre a Poética dos Parangolés de Hélio Oiticica e o Ato Expressivo Corporal do Espectador/Participador Paraense com Estas Obras.
Amanda Gatinho Teixeira
10. FAZERES E SABERES: Expressões Artísticas da Artesania Marajoara Boavistense
Ninon Rose Jardim
11. GRAFISMO EM VARINHAS: Experiência Estética e Identidade Cultural Amazônica
Renato Vieira de Souza

12. UM ARTESÃO URBANO REVELA O HOMEM AMAZÔNICO
 Isis de Melo Molinari Antunes
13. IMAGENS INSÓLITAS: Arte e Possibilidades de Humanização em Espaço Psiquiátrico
Roberto de Mendonça França Júnior
Ivanil Letícia Nascimento Leite França
Sttefane da Costa Trindade
14. MULHERES ARTISTAS DO PARÁ E SUA ARTE FEMININA
Sissa Aneleh Batista de Assis
15. O ESTATUTO MÁGICO DAS IMAGENS FOTOGRÁFICAS DO ESPETÁCULO TEATRAL “QUANDO A MÚSICA TERMINAR...”
Edson Fernando Santos da Silva
16. O ARTISTA CURADOR:
Realidade nas Curadorias na Amazônia
Eliane Carvalho Moura
17. O MAR DE SÃO BENEDITO: Uma Imersão Mitológica
Thales Branche Paes de Mendonça
18. PAREDES, MUROS E PLACAS: Por uma construção visual da cidade
Daniely Meireles do Rosário
19. TEIAS DA CRIAÇÃO E DA MEMÓRIA:
Usina Contemporânea de Teatro, 22 anos (1989 – 2011)
Valéria Frota de Andrade
GT 02: ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO

01. MEMÓRIAS DO BRINCAR: O Cordão de Pássaro Colibri, da ilha de Caratateua-Pa.
Josebel Akel Fares
Maria Roseli Sousa Santos
02. DO TEXTO À INTEGRAÇÃO SOCIAL DO ALUNO SURDO
Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva
Welton Diego Carmin Lavareda
03. PROFESSORAS APOSENTADAS NA AMAZÔNIA PARAENSE: Estruturas de Sentimento e Representações.
Isabel C. F. dos Santos Rodrigues
04. A HISTÓRIA DA ÁFRICA NA ESCOLA: Estratégias para Desconstruir Representações
Jaddson Luiz Sousa Silva
Agenor Sarraf Pacheco
05. MULHERES E DOCÊNCIA: História de vida e experiência na Amazônia Ribeirinha
Lenise Maria da Silva Ferreira

06. LETRAMENTO DIGITAL ENTRE OS AIKEWÁRA
Pedro Paulo dos Santos Leal
Ivânia dos Santos Neves
07. PANORAMA DO ENSINO DE FUNÇÃO AFIM
Cristiane do Socorro Ferreira dos Santos
Fábio José da Costa Alves
08. JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA: Discutindo Identidade, Cultura e Artes
Ionete Morais Lopes
09. LÍNGUA ESCRITA: Significados e Importância na Identidade Cultural
Francinete do Socorro Saraiva de Lima
10. ANÁLISE E DISCUSSÃO DO CAPITAL SOCIAL ATRAVÉS DO SEU CONTEXTO HISTÓRICO
Dorival Pereira Tangerino Neto
Bruno da Costa Feitosa
Rosinele Oliveira
11. OLHOS NEGROS: Um Farol Virtual para a Cultura Afrodescendente na Amazônia
Acilon Himercírio Baptista Cavalcante
Alcyr de Morissom Faria Neto
12. FALARES NO BRASIL: Um Recorte de Estudos Dialetais no Pará, Paraná e Paraíba
Maria do Perpetuo Socorro Cardoso da Silva
Thamy Saraiva Alves
Tálita Rodrigues de Sá
13. LEI 10.639/2003: Uma Análise de Identidade e Cultura a partir de Concepções Cristalizadas
Edileuza dos Santos Andrade
Maria Raimunda Santana Fonte
14. ARTE E INCLUSÃO: O Folclore na Classe Hospitalar
Roberto de Mendonça França Júnior
Ana Elvira
Zôe Cotta dos Prazeres
Ivanil Letícia Nascimento Leite França
GT 03: ESTUDOS CULTURAIS E LITERATURA

01. NA POÉTICA E NA POLÍTICA: História e Literatura em Bruno de Menezes
 Marcos Valério Lima Reis
Agenor Sarraf Pacheco
02. A REELABORAÇÃO DO MITO NA OBRA “ÓRFÃOS DO ELDORADO”: Discutindo Cultura e Identidade na Amazônia
Apoliana Maria Quitéria da Costa
03. ESTUDOS CULTURAIS: Uma Perspectiva Possível para Pesquisas em Literatura Popular na Amazônia
Flávio Reginaldo Pimentel
04. ADALCINDA CAMARÃO E LÍBERO LUXARDO: Poesia e Imagem em Um dia qualquer
Iris de Fátima Lima Barbosa
05. IDENTIDADE EM ZONA DE PERIGO: Trajetórias da índia Alicia em Cinzas do Norte de Milton Hatoum
Ezilda Maciel da Silva
06. O SAGRADO E A DIFERENÇA NEGRA EM ORAÇÃO DA CABRA PRETA, DE BRUNO DE MENEZES
Josiclei de Souza Santos
07. IDENTIDADE E SEXUALIDADE EM A CONFISSÃO DE LÚCIO DE MÁRIO SÁ CARNEIRO
Márcio Gandra
08. IMAGINÁRIOS INSUBMISSOS E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES CULTURAIS: Um estudo de Cinzas do Norte de Milton Hatoum
Lorena Penalva
09. AMAZÔNIA, AMAZONIDADE E TRANSVERSALIDADE: Em busca da Construção de um Conceito
Gilson Penalva
10. A IDENTIDADE AMAZÔNIDA NA CANÇÃO DE PAULO ANDRÉ BARATA
Jeová Ferreira Júnior
11. ENTRE O TEXTO E A LEITURA HÁ UM SUJEITO: Estratégias de Leituras para Construir Leitores
Jandiassy Ribeiro
12. CULTURA E MEMÓRIA EM NARRATIVAS ORAIS AMAZÔNICAS
Alex Dax de Souza
Antonia Priscila Fernandes Araújo
Maria do Socorro Simões
GT 04: ESTUDOS CULTURAIS E COMUNICAÇÃO

01. O ESPECTADOR CINEMATOGRÁFICO NAS BELÉM DOS ANOS DE 1920
Eva Dayna Felix Carneiro
02. CULTURA DE MASSA: Sobre como um conceito se torna fetiche
Leandro Raphael de Paula
03. AMAZÔNIA DOS POVOS:
Os Movimentos, Lutas e Conflitos na Imprensa Paraense
Luciana Kellen Soares da Mata
Franklin Salvador Oliveira
4. O QUE EXCITA OS ANJOS? Mídia, Arte e Representações em The Fallen Angels
Elane Cristina do Carmo Queiroz
05. MEMÓRIAS EM PELEJAS: No Caminho do Jabuti e do Veado
Joel Pantoja da Silva
Agenor Sarraf Pacheco
Ivânia dos Santos Neves
06. O POVO INDÍGENA AIKEWÁRA E A MÍDIA: Mediação, Apropriação e Resistência nas Fronteiras de Identidades
Maurício Neves Corrêa
Ivânia dos Santos Neves
07. A PUBLICIDADE ESTÁ SEM TEMPO PARA O CONSUMIDOR
Thiane de Nazaré Monteiro Neves
GT 05: ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRIA

01. A LINGUAGEM PAPA-CHIBÉ DE MÁRIO SOBRAL: Paraensismo, Identidades e Práticas Culturais
Mário Médice Barbosa
02. PORTOS DE HISTÓRIA: Sentidos e Sentimentos em Memórias de Cidades-Florestas Marajoaras
Agenor Sarraf Pacheco
03. MÚSICA POPULAR E ENGAJAMENTO NO PARÁ (ANOS 60 E 70)
Cleodir Moraes
04. DOIS PARTIDOS E UMA COLCHA RASGADA: Arena e MDB em notícias sobre a Amazônia Marajoara
Jaime Cuéllar Velarde
05. CONTATOS AFROINDÍGENAS NA ETNIA TEMBÉ TENETEHARA – ALTO RIO GUAMÁ -PA (1949- 2010).
Alik Nascimento de Araújo
Luiz Carlos Cruz Cunha
Agenor Sarraf Pacheco
GT 06: ESTUDOS CULTURAIS E ANTROPOLOGIA

01. ETNOGRAFIA COMO TRADUÇÃO:A im-possibilidade de inscrição do outro
Hadson José Gomes de Souza
02. A IMPORTÂNCIA DA ETNOGRAFIA NAS PESQUISAS EM DANÇA
Rosana Lobo Rosário
03. “TÁTICAS” COTIDIANAS NO JOGO DE IDENTIDADES DOS HOMOERÓTICOS EM BACURITEUA (PA).
Camilla da Silva Souza
04. O IMAGINÁRIO COLETIVO SOBRE A AMAZÔNIA:
Clichês do Cinema Estrangeiro e Outras Amazônias no Documentário Iracema (1974)
Geovane Silva Belo
05. ENTRE NÓS: Apontamentos para se pensar a-(s) Biografia-(s) dos Objetos Artísticos Ocidentais Musealizados
Luzia Gomes Ferreira
06. “O VÔO DO CABOCLO FLECHADOR”: A Saga de um Xamã na Amazônia Bragantina
Jerônimo da Silva e Silva
Agenor Sarraf Pacheco

GT 01: ESTUDOS CULTURAIS E ARTES

Coordenação
Profª. Msc. Isis de Melo Molinari Antunes e
Mestrando Eduardo Wagner Nunes Chagas

RESUMO 01:

A CIDADE COMO CENÁRIO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA:
Do cinema aos Videogames

José-Maria Teixeira da Costa Júnior
(Mestrando PPGArtes/UFPA)

A atuação de artistas sobre a construção dos ambientes virtuais de jogos digitais vem merecendo abordagens aprofundadas sobre sua importância enquanto parte de um fenômeno cultural em suas características mais importantes para a arte na contemporaneidade. No presente artigo será abordada a questão da imagem das cidades contemporâneas exploradas como poéticas visuais em narrativas ficcionais, no cinema e nos jogos digitais 3D (videogames); e como a evolução dos cenários urbanos no campo das artes atingiu novos processos de experiências visuais, baseadas agora na interatividade e no conceito de imersão, que retira o espectador da esfera da passividade e o recoloca na postura de interator, um sujeito híbrido que atua entre dois ambientes/mundos: o virtual e o analógico.

PALAVRAS-CHAVE: Cenários Urbanos. Mundos Virtuais. Cinema. Vídeo Games.
RESUMO 02:

A CIDADE COMO EXPERIÊNCIA CULTURAL:
Apontamentos Iniciais sobre a Pichação e o Grafite em Belém-PA.

John Fletcher
(Msc. em Artes/ UFPA)

A prática do registro gráfico em locais públicos sempre foi um meio destacável para se entender o processo contextual no qual o homem está inserido; alternativa que busca interpretações desde a pré-história até a contemporaneidade. Por saber que a pichação e o grafite surgiram na esteira de inquietudes culturais e políticas, a presente pesquisa buscou, através de um histórico amparado por entrevistas com grafiteiros locais, uma perspectiva dessas formas de comunicação gráfica, antropológica e estética na Cidade de Belém, Pará, como tentativa de compreender a cidade como um campo de experiências diversas.

PALAVRAS-CHAVE: Pichação. Grafite. Espaços Públicos. Processos Culturais.
 RESUMO 03:

A DANÇA DO PORTA-ESTANDARTE:
Corporeidade e Construção Técnica na Cena Carnavalesca Paraense

Feliciano Marques Filho
(Mestrando do PPGArtes/UFPA)

Esta pesquisa traz como foco principal um artista singular no cenário carnavalesco paraense, o Porta-estandarte. Inserido dentro de uma das manifestações artísticas mais tradicionais de nosso país, a figura do Porta-estandarte só existe como quesito avaliativo no contexto do carnaval em nossa região. A partir desta e de outras singularidades, a presente pesquisa vem tratar acerca da relação da corporeidade deste artista com a técnica desenvolvida pelo mesmo em sua dança, a fim de perceber as nuances históricas, biológicas, culturais e sociais presentes em sua história de vida e a forma pela qual estas desembocam nos processos de criação e elaboração da técnica da dança do Porta-estandarte. Aproximar o carnaval paraense e, as questões que tratam a respeito da corporeidade do Porta-estandarte, que está inserido em uma manifestação cultural popular, das discussões do contexto acadêmico da Universidade, é uma das grandes contribuições desta proposta de investigação acadêmica. Alguns teóricos que integram os estudos da Etnocenologia como Jean-Marie Pradier (em âmbito internacional), Armindo Bião (BA) e Miguel Santa Brígida (PA) vêm proporcionando respaldo acadêmico a estudos como os da presente proposta, que têm como intenção analisar e compreender práticas humanas sociais, culturais, artísticas, assim como o da figura do Porta-estandarte. Esta pesquisa, assim, apresenta por intuito principal a investigação da corporeidade do Porta-estandarte em relação a sua própria técnica de fazer a dança, pois, se acredita que a história deste corpo que dança, as suas particularidades, experiências e vivências corporais e sociais, possuem grande congruência com a construção técnica do mesmo.

PALAVRAS-CHAVE: Porta-Estandarte. Corporeidade Técnica. Carnaval Paraense.
RESUMO 04:

A FEIRA ENQUANTO FORMA:
Pesquisas em Estudos Culturais na Amazônia

Marina Ramos Neves de Castro
(Mestranda do PPGArtes/UFPa)

Este trabalho pretende abordar a feira enquanto “forma social”. Para tanto, entendemos forma a partir de uma perspectiva simmeliana, como o resultado de um processo que se constrói, ininterruptamente, através das relações que se estabelecem entre os mais diversos objetos e conteúdos. Essas relações sociais são geradas a partir de um sentimento partilhado, de um sentir-junto, de experiências comuns, sensações, emoções, da vida de toda ordem, enfim, que ganham sentido quando vividas e percebidas em conjunto. É um sentir-junto que conforma formas sociais e, dessa maneira produz uma estética.

PALAVRAS-CHAVE: Feira. Socialidade. Forma. Estética.
RESUMO 05:

A POÉTICA AMAZÔNICA DE ARMANDO QUEIROZ:
Territórios de Memórias, Conflitos e Devorações no Prêmio Marcantônio Vilaça
(2009-2010)

Heldilene Guerreiro Reale
(Msc. em Comunicação, Linguagens e Cultura/UNAMA)

Este ensaio aborda parte da pesquisa desenvolvida para o curso de Mestrado em Comunicação Linguagem e Cultura, da Universidade da Amazônia, sob orientação da Profª Drª. Marisa Mokarzel. A pesquisa pontua o processo de criação desenvolvido pelo artista visual paraense Armando Queiroz para o Prêmio Marcantonio Vilaça (2009-2010), onde nove obras (Mar Dulce Barroco, Midas, 252, Ymá Nhandehetama, A resposta do Pajé, Pilatos, Espada Cabana, documentos e Ouro de Tolo) participaram de um circuito expositivo formado em seis capitais do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Rio Branco e Florianópolis). Analisou-se as nove poéticas visuais, compreendendo como se fundamentou o processo de criação das mesmas na construção dos territórios simbólicos delimitados na exposição, evidenciando como se estabeleceu a relação destas com o contexto histórico-social e cultural da Amazônia.
PALAVRAS-CHAVE: Armando Queiroz. Arte Contemporânea. Territórios Culturais. Processo de Criação.
RESUMO 06:

AS MULHERES DE ELIENI TENÓRIO E CHICO BUARQUE

Adelyze Margarida Marques Valois
(Msc. em Comunicação, Linguagens e Cultura/UNAMA)

O presente artigo faz parte dos três capítulos da dissertação de mestrado em Comunicação Linguagem e Cultura, realizado pela Universidade da Amazônia – UNAMA no ano de 2011. O artigo apresenta uma análise das mulheres pintadas pela artista plástica amapaense Elieni Tenório e as mulheres cantadas por Chico Buarque. A pesquisa fundamentada em autores como Anne Cauquelin, Nicolas Bourdieu, Michael Acher, Cristina Costa, Judith Butler, Christine Greiner entre outros, analisa possibilidades do corpo na arte e no universo feminino de Elieni Tenório elemento fundamental da obra da artista na qual a figura da mulher ganha destaque se entrelaçando com a história de vida da artista e as referências artísticas provenientes das canções de Chico Buarque. Tenório além da música busca inspiração na periferia de Belém e nas lembranças de sua infância. Para a construção da pesquisa adotou-se a abordagem qualitativa, utilizando-se o método bibliográfico e o estudo de caso.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Arte. Música.
RESUMO 07:

ARTE PÚBLICA E COMUNIDADES URBANAS:
Um paralelo entre os artistas Helio Oiticica e Monica Nador

Andréa Feijó Andrade
(Msc. em Artes/UFPA-Fundação Curro Velho)

O artigo trata da relação entre arte, espaço público e participação comunitária. Para abordar essa temática, situamos a discussão a partir do período histórico identificado com a contracultura dos anos 1960/1970, momento em que os artistas, com seus trabalhos, questionam a distância entre arte e sociedade e buscam uma reaproximação da arte com a vida. A partir desse contexto, mobilizamos dois programas artísticos situados em épocas distintas, que traduzem essa aproximação arte-sociedade através de proposições em que o público passa da condição de espectador para a de participante. Traçamos um paralelo entre os “Parangolés” de Helio Oiticica e as “Paredes pintadas” do projeto JAMAC, coordenado pela artista Monica Nador, como forma de mostrar a maneira como cada um traduziu a interação entre arte e política em suas obras.

PALAVRA-CHAVE: Arte; espaço público; participação comunitária; política.
RESUMO 08:

DA PORTA PARA FORA, O PÉ ESTÁ NO BAIRRO

Eduardo Wagner Nunes Chagas
(Mestrando do PPGArtes/UFPA)

O artigo trata de um dos aspectos da pesquisa em andamento para elaboração de dissertação de Mestrado Acadêmico em Artes, com data de defesa marcada para 24 de fevereiro de 2011, integrante do Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará. O artigo apresenta o bairro do Jurunas e as festividades dedicadas a São Benedito, organizadas por um grupo de moradores da Rua dos Timbiras, como um evento materializador de símbolos que extrapolam os limites religiosos e se estendem aos campos sociais de identidade e identificação. Compreende-se o bairro como a ambiência identitária que serve como matriz estética para a simbolização de signos generalizados, a partir da condição de marginalidade social e de práticas festivas integrantes do cotidiano comunitário do lugar. Como parte integrante da dissertação de Mestrado do autor, o artigo tem sua importância no sentido de explicar o surgimento dos símbolos de que trata a pesquisa, cujo título é: Fitas de cetim, papel crepom, flores de plástico? Será um o Benedito.

PALAVRAS-CHAVE: Símbolo. Festividade. São Benedito. Cotidiano.
RESUMO 09:

ENTRE AS EXPRESSÕES CATÁRTICAS E EXTÁTICAS:
Uma Análise Sobre a Poética dos Parangolés de Hélio Oiticica e o Ato Expressivo Corporal do Espectador/Participador Paraense com Estas Obras.

Amanda Gatinho Teixeira
(UFPA)

O presente texto aborda a poética de Hélio Oiticica mediante os Parangolés, sua obra emblemática, em que o espectador tornando-se participador, pode vestir a cor, dançar, movimentar-se e ter a experiência da cor em seu próprio corpo. Obras estas, em que o espectador/participador paraense pode experimentar durante a exposição “Hélio Oiticica: Museu é o mundo”, realizada em abril a junho de 2011. Assim como, analisar como se dá a fusão do criador-participador nos Parangolés, por meio do conceito de Anti-arte; apontar como se deu a apreensão e o uso de elementos do cotidiano; como emprestar uma gíria carioca, para dar nome a sua obra; e como utilizar os elementos construtivos estruturais populares da cultura do morro da Mangueira e do samba, vivência esta que teve conseqüências profundas no seu trabalho. Tanto que quase um ano e meio depois de seu primeiro contato, já estava levando os mangueirenses ao MAM-RJ, ato que contribuiu para o processo de dessacralização da obra de arte no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Parangolés. Hélio Oiticica. Anti-Arte.
RESUMO 10:

FAZERES E SABERES:
Expressões Artísticas da Artesania Marajoara Boavistense

Ninon Rose Jardim
(Mestranda do PPGArtes/UFPA)

O artigo traz as reflexões iniciais de minha pesquisa de mestrado sobre a arte do trançado presente no artesanato em fibra do jupati que é produzido no município de São Sebastião da Boa Vista, no Marajó nas comunidades ribeirinhas de Nazaré, Chaves e Urucuzal. Trabalha inicialmente a representatividade do artesanato como memória e patrimônio artístico-cultural de um povo. Apresenta, através dos relatos das artesãs, que a produção artesanal boavistense no que se refere ao trançado em fibra do jupati não é apenas um fazer, mas um saber artístico, que ainda hoje é transmitido às gerações futuras como um patrimônio cultural. O artigo ainda trata por meio dos relatos que a memória não é apenas um fenômeno individual, mas é atravessada pelas experiências coletivas vivenciadas no processo de artesania. Discute quais os significados dessa arte para quem a produz, como foram construídos e qual seu reflexo na produção artesanal atual. Aventa que esse saber artístico é fruto de hibridações culturais construídas desde a colonização. E deixa índices, rastros, da morfologia do trançado para aprofundamentos futuros.

PALAVRAS-CHAVE: Memória. Arte. Artesanato.
RESUMO 11:

GRAFISMO EM VARINHAS:
Experiência Estética e Identidade Cultural Amazônica

Renato Vieira de Souza
(Mestrando do PPGArtes/UFPA)

As comunidades que circundam a baía do Marajó no Pará são dotadas de tradições e costumes que permitem convalidar o que se tem percebido em relação à diversidade cultural da região, embora a máquina colonialista e seus aparatos hegemônicos tenham deixado rastros de intensas tentativas de aniquilamento desse verdadeiro arcabouço vivencial. Desde o domínio das nações nativas dessas terras, a arte se manifestou densamente na forma utilitária, invariavelmente em toda a região, legando vestígios dessas tradições que no processo de miscigenação com culturas de povos africanos enriqueceram de significados a arte produzida na Amazônia que não se abstém do elemento europeu. Uma manifestação importante desses entrecruzamentos é percebida nas varinhas bordadas, onde a experiência estética ganha outros atributos, significando identidade para mulheres-artistas radicadas em Soure, ilha do Marajó e com mais força em Mosqueiro, ilha de Belém. Desta forma, neste artigo se procura não apenas apresentar esse objeto artístico, mas discutir sua dimensão de identidade e memória cultural sobrevivente aos mais diversos intempéries da história da colonização amazônica.

PALAVRAS-CHAVE: Varinhas. Grafismos. Artistas. Mosqueiro. Soure.
RESUMO 12:

UM ARTESÃO URBANO REVELA O HOMEM AMAZÔNICO

 Isis de Melo Molinari Antunes
(Msc. em Artes/UFPA - EA/UFPA)

Comunicação de proposição teórica a partir de desdobramentos oriundos da dissertação de Mestrado Acadêmico em Artes, realizada no Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará, com defesa pública em 28 de fevereiro de 2011, intitulada: “O fazer arte(são) de Guilherme Augusto dos Santos Junior: interfaces Artesanato, Design e Arte”. O artigo/proposição: “Um artesão urbano revela o homem amazônico” delimita caminhos para demonstrar que o termo artesanato deve ser resignificado, relembrado em sua essência, pois a atividade, nunca deixou de existir, mas sua acepção transformou-se em função dos últimos três séculos e de seus locais de pertencimento. Alguns teóricos dos Estudos Culturais serão consultados para sustentar as interconexões dos saberes de um homem amazônico. Para os estudos das imagens dialéticas amazônicas utilizaremos Walter Benjamim e para as os campos artesanato, arte e design, teremos como guia o escritor e ensaísta Octávio Paz. Pretendemos conceituar o artesão urbano, a partir de um homem amazônico que se envolve nas teias da cidade, demonstrando que o artesanato urbano não tem mais as perspectivas de outrora, das vivências com a natureza, do conhecimento empírico dos materiais.

PALAVRAS-CHAVE: Artesão Urbano. Homem Amazônico. Artesanato.
RESUMO 13:

IMAGENS INSÓLITAS:
Arte e Possibilidades de Humanização em Espaço Psiquiátrico

Roberto de Mendonça França Júnior
(SEDUC/FIBRA)
Ivanil Letícia Nascimento Leite França
(Faculdade Internacional de Curitiba)
Sttefane da Costa Trindade
(SEDUC)

Este trabalho visa o estudo da arte em hospitais psiquiátricos em vários pontos de vista daqueles que perceberam, na produção dos internos, configurações instigantes para seu campo de conhecimento: a arte, a psicologia, a psiquiatria, entre outros. É uma proposta de intervenção pedagógica realizada pela Classe Hospitalar, projeto da Secretaria de Educação do Estado do Pará e a Fundação Hospital de Clinicas Gaspar Vianna-FHCGV. Justifica-se esta proposta pela necessidade de olhar para a presença de pacientes em tratamento psiquiátrico na FHCGV, entendida aqui como ações de humanização. Como metodologia inicia-se com a percepção do espaço de atendimento, a ala psiquiátrica da FHCGV. Seguida de atividades baseadas nas vivências individuais, envolvendo as linguagens: pintura, desenho, fotografia, instalação e performance, sendo levada em consideração a situação psíquica do paciente no momento da realização da atividade, pois sabemos das intercorrencias ocasionais das pessoas atendidas no referido espaço. Espera-se com estas atividades, demonstrar a capacidade que pessoas em tratamento psiquiátrico possuem em utilizar a Arte, tanto cênicas como plástica, como forma de linguagem, utilizando o conteúdo produzido para uma exposição.  

PALAVRAS-CHAVE: Arte. Classe Hospitalar. Inclusão. Pensamento. Humanização.
RESUMO 14:

MULHERES ARTISTAS DO PARÁ E SUA ARTE FEMININA

Sissa Aneleh Batista de Assis
(Mestranda em Artes/UFPA)

Este trabalho é parte do resultado da pesquisa sobre as Artes Femininas das mulheres artistas paraenses, em andamento no Mestrado em Artes da Universidade Federal do Pará. Primeiramente, esta investigação tem o objetivo de contribuir com os estudos culturais de caráter multidisciplinar e direcionados aos recentes estudos sobre as mulheres. Conseguinte, é apresentado um recorte histórico sobre a profissionalização das mulheres nas artes. Posteriormente, uma introdução aos conceitos de gênero e identidade por diferentes perspectivas.  Relato a contribuição e as diferenças entre Arte Feminina, Arte Feminista, temáticas e discursos do feminino, que surgiram a partir do Movimento Feminista das décadas de 60 a 90, discorrendo sobre suas contribuições e libertações sociais, sexuais e intelectuais ao universo artístico feminino e masculino. A pesquisa mostra a expressão artística feminina da mulher e o seu universo, o olhar dessa sobre o outro e a representação simbólica da mulher regional. Para representar essa influência no Pará, as artistas paraenses Antonieta Feio, Lúcia Gomes, Elza Lima, Pamela Massoud e Drika Chagas fazem parte do grupo total da pesquisa; e para este artigo, essas artistas foram escolhidas para exemplificaram os tipos estéticos e discursivos da arte feita pelas mulheres.

PALAVRAS-CHAVE: Mulheres Artistas. Gênero. Identidade. Feminino. Estudos sobre Mulheres.
RESUMO 15:

O ESTATUTO MÁGICO DAS IMAGENS FOTOGRÁFICAS DO ESPETÁCULO TEATRAL “QUANDO A MÚSICA TERMINAR...”

Edson Fernando Santos da Silva
(Msc. em Artes/UFPA)

Este artigo reflete sobre o estatuto mágico da imagem fotográfica, a partir dos conceitos de “Scanning”, “Memória” e “Imaginação” de Vilém Flusser, “Studium” e “Punctum de Roland Barthes, e “Alegoria” de Walter Benjamin, propondo um exercício de deciframento de quatro fotografias do espetáculo teatral “Quando a música terminar...” resultado poético da pesquisa “Filosofia e arte trágica: Nietzsche, Artaud e Morrison” desenvolvida no ano de 2007, como pesquisa transversal vinculada ao Grupo de Investigação do treinamento Psicofísico do Atuante – GITA/CNPq. Foram colhidos relatos de três espectadores que assistiram ao espetáculo. Os conceitos vão sendo apresentados e aplicados a partir destes relatos, e permitem avaliar em que medida foi desenvolvida, neste espetáculo, as proposições do Teatro da Crueldade do pensador francês Antonin Artaud.

PALAVRAS-CHAVE: Teatro. Fotografia. Alegoria. Crueldade.
RESUMO 16:

O ARTISTA CURADOR:
Realidade nas Curadorias na Amazônia

Eliane Carvalho Moura
(UFPA)

A Amazônia sempre figurou, na historia brasileira como um local exótico. Distante geograficamente do centro artístico e cultural do Brasil, desenvolveu uma produção artística peculiar e artistas como Ruy Meira, Paolo Ricci, Benedicto Mello, Branco de Melo, Valdir Sarubbi entre outros, avançaram nas discussões e na nova estética da produção artística paraense. A partir da década de 1960 ocorrem em Belém diversos eventos que possibilitaram aos artistas locais um avanço nas discussões a respeito da produção local e novas formas de inserção no mercado nacional. Eventos como os seminários As artes visuais na Amazônia, foram fundamentais na construção da identidade artística da Amazônia e consequentemente seu modo de se relacionar com arte e o modo de exibição. O aprofundamento dos estudos conduziu-nos a uma realidade do circuito artístico local: a existência do que denominamos de artista-curador, que se mantem oculto na realidade da arte local que, no entanto é um personagem impar nas curadorias executadas em Belém, apresentando-se em alguns momentos por necessidades econômicas, ideológicas ou para reafirmar as diversas faces do artista contemporâneo.

PALAVRAS-CHAVE:  Arte Contemporânea. Curadoria. Artista-Curador.
RESUMO 17:

O MAR DE SÃO BENEDITO:
Uma Imersão Mitológica

Thales Branche Paes de Mendonça
(PPGArtes Cênicas/UFB - Bolsista Capes)

Este trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado que toma como objeto de investigação a festa da Marujada de São Benedito de Quatipuru (PA). Considerando a festa como construto cultural estruturado por conteúdos simbólicos expressos sutilmente no tecido da mesma, é realizada uma leitura desses conteúdos com base no referencial epistemo-metodológico da etnocenologia, em uma visão não-cartesiana que privilegie as imagens da festa como elementos significativos na compreensão da mesma, num movimento de imersão mitológica. Toma-se São Benedito e sua festa da Marujada em suas potencialidades simbólicas, de modo a se construir uma leitura compreensiva pela via do mito como símbolo agregador de arquétipos, buscando um nível profundo de imersão no imaginário que envolve o objeto para que o âmbito estético leve à compreensão do âmbito societal da festa.

PALAVRAS-CHAVE: Mito. Arquétipo. Marujada de São Benedito de Quatipuru (PA). 
RESUMO 18:

PAREDES, MUROS E PLACAS:
Por uma construção visual da cidade

Daniely Meireles do Rosário
(Mestranda do PPGArtes/UFPA)

Este artigo está centrado na construção visual de Belém (PA) por meio de paredes, muros e placas que anunciam. Objetos estes apresentados como manifestações do fazer urbano, que revelam sua cultura na necessidade diária de comunicar tendências e habilidades artísticas. Nos elementos visuais e na organização dos espaços estes objetos estão na cidade exigindo uma percepção cada vez mais ativa, revelando parte da organização do corpo urbano e criando diálogos entre várias técnicas de produção. A captura e a compreensão destas manifestações aconteceram por meio de registros fotográficos, utilizados como instrumentos de coleta para a construção da imagem da cidade a partir dos anúncios que a compõem e nela comunicam, com o objetivo de uma compreensão estética destas composições e, a partir delas, uma constituição poético-visual da cidade, sustentada por um método fenomenológico de percepção no qual o corpo é agente no mundo e o olho é o principal instrumento na construção da memória.

PALAVRAS-CHAVE: Percepção. Arte. Cidade.
RESUMO 19:

 TEIAS DA CRIAÇÃO E DA MEMÓRIA:
Usina Contemporânea de Teatro, 22 anos (1989 – 2011)
   
Valéria Frota de Andrade
(Mestranda do PPGArtes/UFPA)

Este artigo procura espelhar parte da pesquisa que está sendo realizada para fundamentar a dissertação de mestrado em Artes, cujo objetivo é abordar a trajetória de 22 anos do grupo Usina Contemporânea de Teatro, do qual sou integrante, analisando como vem se constituindo a sua poética. Depoimentos, diários de trabalho, críticas, matérias de jornal, programas de espetáculos e fotografias, têm sido os principais instrumentos para a construção de uma narrativa que busca, no ato de rememorar, uma possível tradução da identidade do grupo, constituída por diversas linhas de trabalho e investigação da cena teatral. Procurando articular a reflexão sobre a estética e sua perspectiva histórica, o propósito é construir mediações e realizar um trabalho interdisciplinar entre História e Teatro.

PALAVRAS-CHAVE: Memória. Teatro. Poética. História. Identidade.

GT 02: ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO

Coordenação:
Doutoranda Isabel Cristina F. dos S. Rodrigues
Mestrando Welton Diego Carmin Lavareda

RESUMO 01:
MEMÓRIAS DO BRINCAR:
O Cordão de Pássaro Colibri, da ilha de Caratateua-Pa.

Josebel Akel Fares
(PPGED/UEPA)
Maria Roseli Sousa Santos
(UEPA)

Este artigo apresenta um estudo sobre os processos educativos no repasse da tradição do Cordão Pássaro, uma manifestação cultural do Norte do Brasil, que acontece durante o período junino. O texto analisa as práticas do Cordão de Pássaro Colibri narradas pelas memórias de Laurene Ataide, coordenadora do Cordão. Dividido em três partes o texto inicia-se com a contextualização teórico-metodológica; apresenta o tema da memória em Memórias brincantes e na terceira estuda os processos educativos relacionados à brincadeira do pássaro em questão. (Processos educativos e a brincadeira do Pássaro). A construção do texto recorre à performance da narradora em diferentes encontros de pesquisa e aos pressupostos teórico-metodológicos, que incorporaram as matérias sobre memória e estudos culturais em uma abordagem sócio-antropológica, e traz a história de vida como fio condutor do discurso.  Os resultados revelam a diversidade de atividades e processos criativos onde as tradições são repassadas e atualizadas pelas crianças e adolescentes no Cordão.

PALAVRAS-CHAVE: Saberes Culturais. Arte e Educação. Cordão de Pássaro.
RESUMO 02:

DO TEXTO À INTEGRAÇÃO SOCIAL DO ALUNO SURDO

Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva
PPGED/UEPA/PPGCLC/UNAMA)
Welton Diego Carmin Lavareda
Mestrando do PPGCLC/UNAMA)

O presente trabalho visa apresentar panoramicamente alguns dispositivos legais que norteiam a surdez e o aluno surdo no processo de inclusão linguística. Para tanto, ampliaremos algumas discussões sobre as concepções de avaliação e cultura, apoiando-nos, fundamentalmente, em Hoffman (1993; 2004), Bhabha (2010) e Hall (2006; 2011). Almeja-se, com este ensaio, refletir a necessidade de novas políticas linguísticas que consideram, de fato, o bilinguismo e, ao mesmo tempo, reafirmar que o processo de avaliação precisa dialogar com as inúmeras identidades presentes no contexto escolar, entre elas a surda. Visto que, com os avanços dos estudos linguísticos e com base no que diz a Legislação brasileira, é fundamental que intensifique debates sobre esta questão, a fim de contribuir para diminuir a enorme distância que temos entre o dizer e o fazer na integração social de alunos surdos.

PALAVRAS-CHAVE: Alunos Surdos. Avaliação Escolar. Estudos Culturais Britânicos.
RESUMO 03:

PROFESSORAS APOSENTADAS NA AMAZÔNIA PARAENSE:
Estruturas de Sentimento e Representações

Isabel C. F. dos Santos Rodrigues
(Doutoranda do PPGED/UFPA)

O presente trabalho mostra de que maneira um  grupo de docentes aposentadas lidou com o processo de aposentadoria desenvolvendo práticas em prol das comunidades de Moiraba e vila do Carmo do Tocantins, distritos de Cametá, na região do Baixo Tocantins. No encaminhamento dessas práticas, as professoras rememoram suas experiências na docência, táticas de manutenção do poder que exerciam nas vilas, desde a juventude por meio do engajamento nas ações (escola, igreja, centro comunitário, etc.) desenvolvidas nesses contextos, além dos saberes mobilizados por essas aposentadas ao longo desse processo. O objetivo é mostrar como o as professoras lidam com a pós-docência, assim como as representações que elas, os professores da Educação Básica e outros integrantes das comunidades fazem das práticas desenvolvidas por elas nas vilas. Para tanto, optamos pelos estudos desenvolvidos por Huberman (1992); Hall (2003); Deps (1994); Bakhtin (1986) e Williams (1969; 1979). Esses autores abordam a Identidade e a Formação docente, os Estudos Culturais, a Aposentadoria e a Análise do discurso, temáticas que se evidenciaram pertinentes durante a geração dos dados nesta etapa de desenvolvimento da pesquisa realizada. A partir das narrativas coletadas durante as entrevistas, verificou-se que as docentes são referendadas pelos moradores como professoras ativas, em especial, pelos professores da Educação Básica, reencontram-se com as experiências da docência no sentido de ocuparem o tempo livre, cooperarem com as ações em prol da solução de problemas sociais das comunidades. Além disso, mostram que mesmo na pós-docência, há um investimento nas práticas culturais desenvolvidas por essas aposentadas.  

PALAVRAS-CHAVE: Estruturas de sentimento. Ciclo de vida profissional. Identidade. Dialogismo.
RESUMO 04:

A HISTÓRIA DA ÁFRICA NA ESCOLA:
Estratégias para Desconstruir Representações

Jaddson Luiz Sousa Silva
Graduando em Museologia/PIBIC/UFPA)
Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)

Partindo da pesquisa bibliográfica sobre a História da África (HERNANDES, 2005; OLIVA, 2008; PRIORE, 2004; SILVA, 2006), o trabalho pretende analisar como se deu a formação dos povos africanos, dos quais herdamos descendências físicas e socioculturais. Almejamos compreender a importância da Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório, nas escolas públicas e privadas, o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira, como estratégia oficialmente reconhecida para desconstruir representações negativas sobre o continente africano, suas populações e patrimônios materiais e imateriais. A implementação da legislação, igualmente, reconhece a contribuição das culturas africanas na formação da história, memória, identidade, cultura e patrimônio brasileiros.

Palavras-chave: História da África. Lei 10.639. Educação. Representações.
RESUMO 05:

MULHERES E DOCÊNCIA:
História de vida e experiência na Amazônia Ribeirinha
                                                                                
Lenise Maria da Silva Ferreira
Msc. em Educação/UFPA)
                                                          
Este texto é parte da Dissertação de Mestrado que tem como título “Mulheres e Docência: história de vida e experiência na Amazônia ribeirinha”. O objeto da pesquisa é a constituição da docência das professoras ribeirinhas dos anos iniciais da educação básica. Assim partiu-se para o processo de investigação com base na assertiva de que as experiências vividas pela mulher professora no interior da Amazônia paraense são a base de sua prática no magistério, que as histórias de existência e de possibilidades asseguradas pelo tempo e espaço são os elementos que mobilizam o exercício docente, para além da formação profissional que recebem nos cursos de formação de professores. O texto apresentado constitui-se na segunda seção da dissertação e ocupa-se particularmente em evidenciar a presença da mulher na Amazônia buscando elementos que possam ratifica tal presença. Para isso privilegiamos abordar autores locais, de modo a estabelecer um diálogo mais profícuo sobre a região ao referendar autores que vivem aqui e a conhecem cientificamente. Dentre os sujeitos que constituem a Amazônia, voltamos nosso olhar para a mulher, buscando evidenciar sua presença na região a partir da sua condição de vida, mecanismos de sobrevivência e resistência por ela criados e relações estabelecidas tanto no espaço familiar quanto nas relações de trabalho. Destaque especial foi dado aos saberes acumulados por grupos de mulheres em alguns pontos geográficos específicos da Amazônia paraense. Esses saberes podem ser comparados com os saberes praticados diariamente pelas professoras, seja para organizar a comunidade, seja para alfabetizar seus alunos. Saberes tão importantes na condução de suas atividades docentes na vida diária na ilha ou nas ações voltadas para sua sobrevivência. Esses saberes foram observados principalmente a partir dos relatos orais registrados para a construção das histórias de vida das professoras. Os resultados indicam que a presença da mulher na Amazônia apesar de historicamente configurar-se como elemento secundário em muito se articular com as histórias de vida das professoras das Ilhas seja pela sua capacidade de superar as diversidades presentes no cotidiano escolar das Ilhas, seja pela sua capacidade de liderança e de mobilização nas escolas onde atuam.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher. Amazônia. Docência.
RESUMO 06:

LETRAMENTO DIGITAL ENTRE OS AIKEWÁRA

Pedro Paulo dos Santos Leal
Mestrando do PPGCLC/UNAMA)
Ivânia dos Santos Neves
(PPGCLC/UNAMA)

O presente artigo tem como objetivo, na primeira parte, desenvolver uma reflexão sobre a desconstrução do estereótipo indígena, que ainda é fonte de discriminação e preconceito no Brasil e está presente nas “democráticas” redes sociais. Como referencial teórico para discutir sobre o estereótipo indígena utilizamos os seguintes autores: Boni & Ripoll (2009), Melatti (2007) e Neves (2009).  Na segunda parte, as análises estarão voltadas para pesquisa, que está em andamento  e  vai discutir  as possibilidades do letramento digital entre os Aikewára. As ferramentas digitais estão começando a ser usadas pelos indígenas como forma de divulgação de sua cultura e de denúncia das constantes ameaças às suas reservas pelos fazendeiros, mas este não é um processo homogêneo e pacífico. Para trabalhar a mediação desse processo de apropriação da tecnologia digital, as reflexões serão fundamentadas por Baccega (2008) e Fidalgo (2004).

PALAVRAS-CHAVES: Estereótipo. Aikewára. Tecnologia Digital.
RESUMO 07:

PANORAMA DO ENSINO DE FUNÇÃO AFIM

Cristiane do Socorro Ferreira dos Santos
(PPGED/UEPA)
Fábio José da Costa Alves
(PPGED/UEPA/UNAMA)

O presente artigo tem por objetivo expor um panorama do ensino e aprendizagem de função afim e suas implicações na cultura educacional amazônica, para tanto foi construído a partir de uma revisão bibliográfica em oito dissertações realizadas no período de 2002 a 2011 sobre o ensino de função afim, um diagnóstico de pesquisas desenvolvidas na temática a fim de elencar suas contribuições para a realidade educacional na Amazônia. Sendo abordadas as propostas de ensino, o objetivo, a questão da pesquisa, as tendências educacionais, aspectos metodológicos na construção/aplicação de atividades e situações propostas para serem usadas em sala de aula no ensino de funções, e os resultados obtidos, destacando as vantagens e limitações, bem como, as considerações de cada autor. De posse desses dados, nos questionamos: como estudos já realizados em outras regiões podem contribuir para o ensino de matemática, mais especificamente de função afim na Amazônia? Assim, nosso aporte teórico evidencia desde dificuldades no ensino e aprendizagem a partir de estudos realizados em Belém do Pará por Costa; Thomaz Neto e Sá (2004), Furtado e Vale (2007), e Santos (2010), até situações didáticas interventivas propostas por Lopes (2003), Dornelas (2007) e Pires (2009). E, a partir de um comparativo propomos a adoção de estudos já efetivados e que podem contribuir à nossa realidade. 

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Funções. Dificuldades no Ensino-Aprendizagem. Diagnóstico.
RESUMO 08:

JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA:
Discutindo Identidade, Cultura e Artes

Ionete Morais Lopes

A pesquisa visa estudar a reconstrução das lendas em Marabá, sendo elas porca de bobes, a boiuna e o boto, a partir da dramatização de alunos de escola pública de ensino fundamental. Com isso estamos propondo através dessa releitura discutir a construção de identidade e cultura que permeia as narrativas apresentadas. Isso porque entendemos que as narrativas orais, mostram o processo de hibridização. Para Bhabha (1993) os sujeitos do discurso são constituídos de outros sentidos, outros saberes intrínsecos, científicos, intuitivos, filosóficos, excludentes ou fator de inclusão. A sociedade, vê todos  em fôrmas comportamentais, e os padrões tomam espaços e determinam a continuidade da exclusão social. A metodologia da pesquisadora e professora de teatro Spolim (2008) e Olga Reverbel (2010) constroem os jogos teatrais para a construção de saber e arte, possível a todos que assumem responsabilidades para a realização do evento que é do todo, o professor é coordenador.

PALAVRAS-CHAVES: Identidade. Cultura. Arte.
RESUMO 09:

LÍNGUA ESCRITA:
Significados e Importância na Identidade Cultural

Francinete do Socorro Saraiva de Lima
(Especialista/FIBRA)

Este artigo possibilita uma análise, a saber, de que maneira o professor de Língua Portuguesa mostra sua relação entre a teoria e a prática na construção do conhecimento reflexivo para a formação de cidadãos, tendo como foco o ensino da língua escrita e sua importância no processo de interação . Assim, através do acompanhamento de aulas dos professores como acontece esse ensino voltado para a ampliação da competência comunicativa e o respeito pelas diversas identidades culturais. No intuito de responder a algumas inquietações como: Qual a importância da linguagem escrita no dia a dia como interação, como comunicação? Qual a necessidade de se aprender a escrever? Qual a função da linguagem escrita para a sociedade e na cultura do aluno? Verificou-se, por meio de questionários e observações que esse profissional ainda possui dificuldades em relacionar teoria e prática, no que concerne ao ensino da escrita. Os saberes constituídos pelos docentes revelam práticas detidas nas experiências de vida que vão além dos conhecimentos acadêmicos, que envolve suas identidades, costumes e formas de pensamento ainda em construção que oscilam e pode influenciar em fatores de relações entre o aprendizado, cultura e linguagem na formação do aluno.

PALAVRAS-CHAVE: Língua Escrita. Saberes. Competências Comunicativas. Interação. Cultura.
RESUMO 10:

ANÁLISE E DISCUSSÃO DO CAPITAL SOCIAL ATRAVÉS DO SEU CONTEXTO HISTÓRICO

  Dorival Pereira Tangerino Neto
(UNAMA)
Bruno da Costa Feitosa
(UNAMA)
                                                                                      Rosinele Oliveira
                                     (UNAMA)

Este presente trabalho tem por finalidade demonstrar uma análise e discussão dos pensadores no que diz respeito ao conceito de Capital Social, em uma abordagem metodológica e de ordem cronológica. Discussão esta colocada pelos diversos pontos de vista dos principais autores que discorrem sobre o tema, sendo eles: Bourdieu (1972, 1980, 1986), Baker (1990), Burt (1992), Fukuyama (1999), Granovetter (1974), Grootaert e Bastelaer (2001), Coleman (1986), Locke (2001), Portes (1987, 2000), Putnam (1993), Schiff (1992) e Uphoff (2001). O objetivo geral deste artigo é esboçar uma construção metodológica sobre o capital social, salientando de forma a tentar compreender da melhor maneira possível os pensamentos de cada autor contribuidor para o avanço do capital social. De modo a aproximar o pensamento destes, desde os primórdios pensamentos até os mais atuais. Designando assim os pontos correlatos e pontos divergentes entre ambos, de um lado, demonstrando momentos em que os autores se aproximam e se distanciam em seus pensamentos. Para a metodologia foi utilizado o método interpretativo, através da revisão bibliográfica teórica, pesquisas em artigos científicos, além de pesquisas na internet. Tendo por conclusões as origens que os autores tomaram e o quanto foram influenciados pelo conjunto inicial. E que este tema bastante debatido, necessita ser mais aprofundado em virtude da busca por um conceito concreto de Capital Social, tentando assim, exterminar o conflito árduo das divergentes visões no que se refere ao mesmo.

PALAVRAS-CHAVE: Capital Social. Construção Metodológica. Discussão.
RESUMO 11:

OLHOS NEGROS:
Um Farol Virtual para a Cultura Afrodescendente na Amazônia

Acilon Himercírio Baptista Cavalcante
Alcyr de Morissom Faria Neto

Olhos negros é o projeto de mídia digital que visa trabalhar como um ponto de convergência para a divulgação das ações afirmativas em torno da cultura afrodescendente na Amazônia, bem como servir para veiculação de objetos de aprendizagem para ensino desta cultura nas escolas de todo o país, principalmente nas situadas na Região Metropolitana de Belém. Pensando em conteúdo para o programa Navega Pará, que é uma política de inclusão digital, este apresenta peculiaridades mostradas ante à realidade da convergência e modelos inclusivos propostos para a Região, por isso, tanto tecnologia quanto conteúdo adequam-se à usabilidade que é específica desse povo e ao final, mostrará que tais ações podem contribuir bastante para redução de desigualdades onde cor de pele ainda é um elemento discriminatório na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura Digital. Afrodescendente na Amazônia. Inclusão Digital.
RESUMO 12:

FALARES NO BRASIL:
Um Recorte de Estudos Dialetais no Pará, Paraná e Paraíba
        
Maria do Perpetuo Socorro Cardoso da Silva
         (PPGED/UEPA/PPGCLC/UNAMA)
Thamy Saraiva Alves
(UEPA)
Tálita Rodrigues de Sá
(UEPA)

O presente artigo objetiva apresentar as contribuições de pesquisas que norteiam o tema variação linguística, na perspectiva dialetológica, realizadas em três estados do Brasil, a partir de uma amostra dos estudos já realizados no aspecto semântico-lexical no Estado do Pará, Paraná e Paraíba, estabelece uma comparação entre o dialeto paraense, pertencente à região norte, o dialeto paranaense, pertencente à região sul e o dialeto paraibano, pertencente à região nordeste. Atentando, assim, para a questão referente aos primeiros colonizadores, nesses três estados, os quais contribuíram para que houvesse diferenciações entre os falares regionais. Porém, é de suma importância observar que as palavras e seus significados, usadas pelos falantes paraenses, paranaenses e paraibanos, ressaltam ainda diferenças quanto à entonação e timbre, à medida que se estudam as variações linguísticas existentes nessas regiões, o que consiste nas características próprias do falante em sua comunidade, e, com isto, verificar como estão se desenvolvendo as pesquisas do projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB (2001). A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi à revisão bibliográfica, cujos resultados mostram que existe um falar específico nesses Estados, que devem ser entendidos como um produto de uma diversidade cultural, histórica e social de cada espaço geográfico estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Variação Linguística. Dialetos. Diversidade Cultural. Falares.
RESUMO 13:

LEI 10.639/2003:
Uma Análise de Identidade e Cultura a partir de Concepções Cristalizadas

Edileuza dos Santos Andrade
Maria Raimunda Santana Fonte

Apresente pesquisa tem como objetivo analisar a aplicabilidade da Lei 10.639/2003 no município de Marabá/PA, buscando analisar até que ponto o modo como essa lei vem sendo aplicada, garante uma mudança nas concepções negativas cristalizadas sobre a história da África e da cultura afro-descendente junto aos educandos no município. Tendo em vista que esse educador tem sua formação cultural permeada de visões preconceituosas em relação ao continente africano e a tudo que diz respeito à cultura negra. Observando quais as dificuldades o educador enfrenta ao aplicar essa lei uma vez que esse universo é novo, desconhecido o que provoca muita insegurança e até mesmo distorções como afirma Carlos Moore (2005).

PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Cultura. Identidade. África. Afro-descendência.
RESUMO 14:

ARTE E INCLUSÃO:
O Folclore na Classe Hospitalar

Roberto de Mendonça França Júnior
(SEDUC/FIBRA)
Ana Elvira
(SEDUC)
Zôe Cotta dos Prazeres
(Hospital Ophir Loyola)
Ivanil Letícia Nascimento Leite França
(Faculdade Internacional de Curitiba)

Esta narrativa tem como foco as ações de Arte, Recreação e Educação Física, realizadas pela Classe Hospitalar, programa vinculado a Secretaria de Educação do Estado do Pará, executado em sete hospitais e instituições. O Programa tem como objetivo principal assegurar às crianças e adolescentes em tratamento clínico e cirúrgico nos hospitais, o direito ao atendimento educacional através da continuidade do processo ensino-aprendizagem, desenvolvido por meio de apoio pedagógico, atendimento no leito ou na classe hospitalar. Justifica-se esta proposta pela importância de se entender os percursos da Arte e Educação Física para a criança/adolescente hospitalizado como um instrumento mediador de comunicação, de sentimentos de linguagem, valorização social e motora. O trabalho foi realizado no Hospital Ophir Loyola. A metodologia foi iniciada com a proposta de realização da Festa Junina, conforme calendário escolar do programa, utilizando como temática, a dança do coco, sendo realizada pesquisa musical a partir do repertório do maestro Waldemar Henrique, seguida de oficinas de arte e culminância com a dança do coco, além de exposição de trabalhos dos alunos atendidos pelo programa. Concluiu-se que a atividade serviu para humanizar e melhorar os resultados das disponibilidades interativas entre as crianças.

Palavras-Chave: Arte. Educação Física. Classe Hospitalar. Folclore. Humanização.
                                                                                          

GT 03: ESTUDOS CULTURAIS E LITERATURA

Coordenação:
Profª Drª Bene Martins
Prof. Msc. Gilson Penalva

RESUMO 01:

NA POÉTICA E NA POLÍTICA:
História e Literatura em Bruno de Menezes

Marcos Valério Lima Reis
(UNAMA)
                                   Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)

Bruno de Menezes, negro, intelectual e literato paraense, construiu uma produção literatura sui generis no cenário nacional e regional no chamado contexto do Modernismo. Vivenciou na poética e na política experiências que lhes permitiram contrapor-se à imagem estereotipada do negro apresentada pela produção literária dominante. Partindo dessa motivação, o texto presente objetiva acompanhar e analisar aspectos da trajetória de vida do poeta negro, o processo de criação de sua produção artística, focalizando sua militância política e as relações dessa vivência com seu fazer literário. Para isso, utiliza-se a análise interpretativa dos Estudos Culturais, campo teórico-metodológico que, ao se ocupar das conexões Literatura e História, apreende interdisciplinarmente experiências socioculturais de diferentes agentes em negociações, aceitações, conflitos e resistências. Igualmente, valoriza os sentidos das relações de força impostas pela classe dominante e como grupos populares as experimentam, contaminam-se e as contestam. Nos resultados preliminares já alcançados, a pesquisa aponta que a análise da escrita literária, quando contextualizada em sua historicidade e na relação criador e criação, torna-se importante instrumento de estudo sobre identidades, saberes e religiosidades africanas na Amazônia.  

PALAVRAS-CHAVE: Trajetória. Bruno de Menezes. Literatura. Cultura Africana.
RESUMO 02:

A REELABORAÇÃO DO MITO NA OBRA “ÓRFÃOS DO ELDORADO”:
Discutindo Cultura e Identidade na Amazônia

Apoliana Maria Quitéria da Costa
(Curso de Letras/ UFPA/Campus de Marabá)

Este trabalho objetiva discutir a reelaboração do mito na obra Órfãos do Eldorado de Milton Hatoum e como se constrói imagens, identidades e culturas na Amazônia. Pretendemos pensar sobre a problemática da diferença e das interações culturais, verificando como a contemporaneidade influencia essa complexidade. A pesquisa procura refletir sobre olhares estereotipados de uma Amazônia que aos olhos do estrangeiro não passa de um mito por ele criado e vivenciado. Com isso queremos pensar identidades, culturas e sujeitos sob o viés da hibridização, desconstruindo assim, ideias fixas e estabilizadas da Amazônia.  Stuart Hall (1997) diz que na pós-modernidade as identidades enfrentam grandes transformações, impossibilitando a identificação de um ser, ou de um a região na sua totalidade, já que nestas questões sempre há algo obscuro, que não se revela. Segundo ele, na contemporaneidade, “as identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – hibridas- estão tomando seu lugar”.A narrativa de Milton Hatoum através reconstrução do mito possibilita o entendimento da teoria de Bhabha (2001) quando parte do conceito da diferença cultural, principalmente com a distinção que faz entre diversidade e diferença cultural, mostrando que nenhuma cultura encerra-se nela mesma, pelo fato de haver outras culturas que contradizem sua autoridade. Nossa intenção é desconstruir imagens estereotipa da Amazônia, percebê-la sem o exotismo ressaltado por pessoas que aqui vivem ou passaram.

PALAVRAS-CHAVE: Identidades. Culturas. Mito amazônico.
RESUMO 03:

ESTUDOS CULTURAIS:
Uma Perspectiva Possível para Pesquisas em Literatura Popular na Amazônia

Flávio Reginaldo Pimentel
(SEDUC/UFPA)

Esta comunicação tem como proposta apresentar a possibilidade de estudo e pesquisa em Literatura Popular ou Literatura Oral, como também é conhecida, a partir dos Estudos Culturais britânicos. A Amazônia apresenta um rico acervo de narrativas orais, tais como: contos, lendas, histórias e relatos que são transmitidos pela oralidade. Porém, a perspectiva adotada nos estudos literários sempre foi de classificar estas manifestações da cultura popular como folclore, ou seja, mera distração e deleite de quem se interessar pelo assunto, pois sempre se prioriza os estudos do cânone literário. Nossa proposta é ao contrário, entender estas manifestações orais como parte integrante e talvez fundacional de uma Literatura da Amazônia. Para tanto, buscamos suporte teórico nos Estudos Culturais, que justamente nos proporciona e permite uma nova relação entre os estudos e pesquisas tradicionais, no caso da Literatura, com estas novas manifestações consideradas até então como subliteratura. A partir dessa possibilidade de inclusão das manifestações oriundas da oralidade nos estudos acadêmicos, vale ressaltar que este trabalho se torna importante para buscarmos novos caminhos nas pesquisas sobre Literatura Popular, dessa forma criando uma tradição teórica para que outras pesquisas sejam realizadas. Vale salientar aqui que esta perspectiva adotada não é de toda unânime e tranquila, pois ainda encontra barreiras e ressalvas por parte da academia, que não vê com bons olhos a grande influência exercida pelos EC nas mais diversas disciplinas. Mas cabe aos pesquisadores derrubar tais barreiras para que novas e frutíferas pesquisas em Literatura possam ser realizadas.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura. Literatura Popular. Narrativas Orais. Estudos Culturais.
RESUMO 04:

ADALCINDA CAMARÃO E LÍBERO LUXARDO:
Poesia e Imagem em Um dia qualquer

Iris de Fátima Lima Barbosa
(UFPA)

Neste trabalho traçaremos uma abordagem comparativa envolvendo duas artes: literatura e cinema, através do longa-metragem Um Dia Qualquer (1962) do cineasta Líbero Luxardo, paulistano da cidade de Sorocaba, e o poema Um Dia Qualquer (1968) de Adalcinda Camarão, paraense da cidade de Muaná - ilha do Marajó, inserido no livro Caminho do Vento. A poetisa e o cineasta mantiveram uma relação não somente artística, mas afetiva, já que foram casados e tiveram um filho, logo, nesta proposta evidenciaremos também as contribuições desses intelectuais para o cenário literário e cultural Paraense, contextualizando suas obras e seus aspectos de vida no contexto da época. Ressaltando que estas obras têm como pano de fundo, ações do cotidiano, de um lado Líbero relata através de sua película o dia-a-dia da cidade de Belém, seus espaços históricos e naturais, além de manifestações culturais do outro, Adalcinda, através de seus versos, aproxima para um lado mais emotivo aspectos habituais do espaço urbano. Pois certezas, ironias, solidão, hipocrisia são construções que enfatizam o desenrolar dos acontecimentos nas respectivas obras.  

PALAVRAS-CHAVE: Adalcinda Camarão. Líbero Luxardo. Um Dia Qualquer.
RESUMO 05:

IDENTIDADE EM ZONA DE PERIGO:
Trajetórias da índia Alicia em Cinzas do Norte de Milton Hatoum

Ezilda Maciel da Silva
(Mestranda do PPGL/UFAC)

Com o advento da modernidade o mundo caminha aceleradamente em direção a uma formação híbrida. As culturas se interagem à medida que a globalização se propaga, gestando mudanças no modo de ser das pessoas. Isso nos leva questionar os conceitos essencialistas de identidade e sua legitimidade. A trajetória da personagem Alícia, de Milton Hatoum, permite importante análise sobre a constituição da identidade na contemporaneidade a partir do diálogo entre Literatura e Estudos Culturais. Alícia, nascida numa tribo amazônica, resultado do contato entre uma índia e possível pai branco, migra para Manaus ainda criança e experiência ali complexas relações sociais que a levam a abandonar suas raízes indígenas. Acompanhar o movimento poroso e fluido de sua identidade indígena feminina e as transformações pelas quais passou frente às trocas com a cultura urbana de traços europeus, experimentadas na Manaus, constitui-se objetivo central da comunicação. O texto conclui apontando que as escolhas realizadas pela personagem a inserem em zonas de perigo e dramas identitários, resultado dos contatos culturais em tempos atuais.      

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Identidade. Trocas Culturais
RESUMO 06:

O SAGRADO E A DIFERENÇA NEGRA EM ORAÇÃO DA CABRA PRETA, DE BRUNO DE MENEZES

Josiclei de Souza Santos
(UFPA)

O objetivo deste trabalho é estabelecer uma relação entre o sagrado e identidade negra, tendo como objeto de análise o poema ORAÇÃO da Cabra Preta, de Bruno de Menezes, poeta paraense do período modernista, baseando-se nos estudos de Georges Bataille, Renato Ortiz e Homi K. Bhabha. Neste trabalho, buscamos observar o mítico no poema, como um fenômeno de hibridismo, a partir da presença da oração de São Cipriano, que está no corpo do poema e que dá título ao mesmo. Verificamos que o discurso presente no texto mostra a identidade como diferença cultural, ou seja, com uma suplementaridade questionadora e rearticuladora do discurso pedagógico sobre a identidade nacional. Propomo-nos, em oposição à temporalidade homogeneizadora do discurso pedagógico, mostrar um olhar sobre o negro a partir de uma temporalidade nascida da perspectiva desse próprio grupo social, enquanto minoria. Propomo-nos, com isso, a buscar uma percepção do erotismo a partir de uma significação identificada com a subalternidade. Pretendemos, assim, mostrar como o olhar do eu poético de Bruno de Menezes, que participa da performance da cultura na Amazônia, consegue criar um discurso literário que se configura como um novo e híbrido signo cultural.

PALAVRAS-CHAVE: Sagrado. Negro. Identidade.
RESUMO 07:

IDENTIDADE E SEXUALIDADE EM A CONFISSÃO
DE LÚCIO DE MÁRIO SÁ CARNEIRO

Márcio Gandra
(UFPA)

Pensar em processo de construção identitária tomando como baliza sujeitos inseridos num contexto plural de interação, bem como tomar o caráter da sexualidade ambos em sentidos provisórios e em constante permanência e tensão é o que se propõe investigar a presente monografia. Desta forma, este trabalho de pesquisa objetiva apresentar uma análise em “A confissão de Lúcio” de Mário Sá-carneiro e como os conceitos de identidade proposto por Hall (2006) convergem para o estudo dentro da obra tomando como pressuposto a ideia de fragmentação; nesta perspectiva, tomaremos em Bataille (1978) a conceituação teórica sobre erotismo abordando o aspecto do homoerotismo que é um componente constante de fragmentação na luta entre interdito e transgressão. Nesta mesma direção Foucault (1987) orienta para a questão da sexualidade, contrapondo duas ideias conflitantes: repressão e perversão, buscando mostrar que identidade e sexualidade compõem a formação do indivíduo, contribuindo a obra para a compreensão destes assuntos; bem como a teoria de Freud (1939) que nos permite compreender a formação da sexualidade humana. Ricardo homoerotiza Lúcio contribuindo para a transformação da identidade deste.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Sexualidade. Transgressão.
RESUMO 08:

IMAGINÁRIOS INSUBMISSOS E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES CULTURAIS:
Um estudo de Cinzas do Norte de Milton Hatoum

Lorena Penalva
(UFPA/Campus de Marabá)

No presente trabalho propõe-se observar os processos de construção da identidade cultural na Amazônia brasileira, a partir do romance Cinzas do Norte (2005) de Milton Hatoum. A proposta tem como base teórica autores que dialogam com os Estudos Culturais, como Hall (1999), Bhabha (1998), Canclini (1998), Cornejo Polar (2000), Santiago (1978), entre outros. Esses estudiosos discutem a questão da identidade e da cultura se distanciando de concepções que propõem fixidez e estabilidade. Esses estudos sugerem a ideia de que as identidades devem ser observadas como processos em constante negociação. Essas teorias foram fundamentais para compreender o espaço amazônico como local híbrido formado a partir de traduções culturais, de saberes diversos e de culturas em construção. Essa pesquisa não advoga nem um regionalismo menor, constituído simplesmente a partir da cor local, nem defende os discursos de feição européia, que não abandonam concepções esssencializadas e fixas de cultura, mas propõe repensar a cultura amazônica, numa perspectiva da diferença e do entre-lugar, espaço esse que não nega a contribuição do Outro na formação identitária.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Identidade. Cultura. Hibridismo.
RESUMO 09:

AMAZÔNIA, AMAZONIDADE E TRANSVERSALIDADE:
Em busca da Construção de um Conceito
Gilson Penalva
(Doutorando da UFPB)

Com este estudo pretendemos discutir o conceito de amazonidade utilizando pressupostos metodológicos da transversalidade, que acreditamos fomentar um embate provocativo sobre a produção cultural na (da) Amazônia. A ideia é problematizar a fixidez e os essencialismos que marcam as identidades na modernidade, e construir o debate a cerca dos processos de identificação na Amazônia, a partir de pressupostos de movência, mobilidade e instabilidade. O termo amazonidade está associado às questões de identidade, em contraposição ao termo amazônico, que tem sido constituído na relação com essencialismos consensuais que eliminam as diferenças. As teorias que sustentam a proposta, dialogam com autores dos Estudos Culturais, que reivindicam identificações abrangentes e que levam em conta as várias misturas e contaminações culturais que se processam na Amazônia, como: Stuart Hall (1999), Tomaz Tadeu da Silva (2008), Zilá Bernd (2003), Homi K. Bhabha (1998) e Ana Pizarro (2005).

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Amazonidade. Identidade. Mobilidade.
RESUMO 10:

A IDENTIDADE AMAZÔNIDA NA CANÇÃO DE PAULO ANDRÉ BARATA

Jeová Ferreira Júnior

Na década de 70, Fafá de Belém cantava canções que levavam o cotidiano da Amazônia ao conhecimento do Brasil. Ela divulgava as composições do poeta Ruy Paranatinga Barata e do músico Paulo André Barata. Pai e filho escreveram ou tocaram um capítulo importante da canção moderna amazônida, pois compuseram suas obras mergulhando suas letras na vida amazônida, no cotidiano do trabalho, na submissão do homem à natureza, na dor das camadas subalternas diante da exclusão social. No campo musical, nos mostraram eles a releitura do carimbó, mas mostraram também que a Amazônia não é só uma ilha verde encharcada de água, pois incorporaram elementos exógenos que estavam interagindo e se incorporando à cultura local, como a música caribenha vinda das ondas dos rádios que não conseguiam sintonizar as emissoras do sul do Brasil. Também se apropriaram do bolero, reescrevendo refinadamente sua carga dramática. Todos esses elementos adaptados à uma musicalidade própria, fruto do profundo conhecimento da matéria poética por parte de Paranatinga e da competência musical de seu filho. Buscamos fazer um estudo de como a musica de Paulo André Barata e a palavra de Ruy Barata criaram uma poesia cantada de expressão amazônica.

PALAVRAS-CHAVE: Poesia Cantada. Identidade Amazônida. Canção.
RESUMO 11:

ENTRE O TEXTO E A LEITURA HÁ UM SUJEITO:
Estratégias de Leituras para Construir Leitores

 Jandiassy Ribeiro
(SEDUC)

A prática da leitura é de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano, visto que, a partir dela, ele poderá gradativamente decifrar a escrita e, por conseguinte interpretá-la de modo crítico, contextualizando-a a sua realidade, para que em um nível mais avançado possa contestá-la ou reiterar a idéia expressa. O nosso conhecimento mundo não é “apagado”, quando nos deparamos com a aquisição de conhecimento sistematizado. Precisamos perceber que há um elo entre o conhecimento empírico, nossa vivência, e o conhecimento sistematizado, no espaço escolar, que nos é repassado geralmente por meio de textos e também que esses conhecimentos podem ser aperfeiçoados. Mas como tornar evidente a relevância desse vínculo e fazer com que ele seja usado a nosso favor? Acredita-se que a melhor maneira de fazê-lo é explorar o ato de ler a partir da vivência do educando. Levando em consideração a importância da leitura no processo de ensino-aprendizagem, sugere-se, uma proposta de trabalho intertextual e interdisciplinar tendo como suporte o texto literário, a fim de que a leitura torne-se para o educador e para o educando uma ação prazerosa e que através dela sejam desvelados temas relevantes e contextualizados a sua realidade. O objetivo dessa prática pedagógica é propiciar ao educando o contato com textos literários, para análise, compreensão, reflexão e julgamento acerca dos valores sociais, históricos, culturais e comportamentais expressos nos textos analisados assim como possibilitar seu aprimoramento intelectual.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Intertextual. Interdisciplinar. Texto Literário
RESUMO 12:

CULTURA E MEMÓRIA EM NARRATIVAS ORAIS AMAZÔNICAS

Alex Dax de Souza (UFPA)
Antonia Priscila Fernandes Araújo (UFPA)
Prof.ª Drª Maria do Socorro Simões – Orientadora (UFPA)

As marcas memoriais presentes nas narrativas orais amazônicas, coletadas pelo projeto IFNOPAP (O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense) apontam para um “tempo sem fim”, ao tentar identificar “pontos de partida” da tecitura de um determinado contexto histórico cultural, mas, ao mesmo tempo, permitem reconhecer elementos trazidos de culturas distintas para o contributo do que se consideram índices de uma identidade cultural amazônica, resultante de um processo de construção de ‘saber’, que se renova pelo entrecruzamento de culturas diferenciadas. A partir de então, pode-se investigar a memória como processo de urdidura contínua, não linear, cheio de conexões que formam um todo significativo. Esse aspecto é evidenciado no modo como essas narrativas foram construídas, por meio dos relatos memoriais, ao longo das gerações que convivem e contribuem para a (trans)formação das comunidades em que se inserem. A recorrência de tais índices na dinamicidade das relações entre indivíduos e hábitos, costumes, tradições e ideologias se entrecruzam nos fazeres individual e coletivo da coexistência humana. Desta feita, as narrativas coletadas na Amazônia Paraense referem exemplos de como essa memória é posta em movimento nos contares do amazônida, além de propiciarem ambiente literário oportuno para análise da intersecção entre “erudito” e “popular”. A presente comunicação pretende identificar de que forma tais índices se fizeram presentes, ao longo do tempo, em tradições culturais de outros povos, fazendo uma investigação conceitual, acerca dos elementos que refere memória cultural no corpus analisado, considerando, para tanto, o aspecto temporal que marca, indistintamente, tal urdidura.

PALAVRAS-CHAVE: Memória. Cultura. Tradição. Narrativas Orais.

GT 04: ESTUDOS CULTURAIS E COMUNICAÇÃO

Coordenação:
Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco
Mestrando Leandro Raphael de Paula

RESUMO 01:

O ESPECTADOR CINEMATOGRÁFICO NAS BELÉM DOS ANOS DE 1920

Eva Dayna Felix Carneiro
(UFPA)

A trajetória do cinema, entre outros caminhos, vincula-se ao espectador. O espectador interpreta e atribui significados de acordo com a sua subjetividade, por conta disso não podemos afirmar que exista apenas um significado absoluto em cada obra, nem que exista uma plateia homogênea e passiva, haja vista que, as mensagens são interpretadas livremente por cada um dos que a recebem. Desse modo, os espectadores imprimem às cenas assistidas, significados que podem fugir daquilo que é previsto e planejado pelos exibidores. Neste olhar sob o espectador das salas de cinema de Belém da segunda década do século passado, o que se privilegia é o seu papel ativo, não como mero receptor, mas como interlocutor da mensagem fílmica. É esse espectador-interlocutor quem descobre no texto significações que se referem a seus próprios sistemas de compreensão, de valores e de afetos.

PALAVRAS-CHAVE: Belém/PA. Década de 1920. Cinema. Recepção.
RESUMO 02:

CULTURA DE MASSA:
Sobre como um conceito se torna fetiche

Leandro Raphael de Paula
(Mestrando do PPGArtes/UFPA)

O presente artigo propõe uma reflexão acerca do conceito de cultura de massa. Carregada com uma carga pejorativa a ideia de cultura de massa costuma denominar todo fato/fenômeno cultural ligado à lógica capitalista e sua dominante cultural, a indústria cultural. Porém, isso implica uma visão hierarquizante e aristocrática de cultura, que pressupõe que qualquer obra/objeto vindo de uma indústria cultural será necessariamente ruim e mecanismo de controle ideológico. Tomando a concepção de Umberto Eco de conceito-fetiche como orientação para evitar um olhar maniqueísta e, a partir de autores dos estudos culturais como Jésus Martin Barbero e Raymond Williams, retomando os termos cultura e massa, coloca-se o conceito de cultura de massa em perspectiva para, dessa forma, compreendê-lo em uma outra chave de leitura. Este artigo comporá parte da dissertação de mestrado do autor.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura de Massa. Estudos Culturais. Conceito-Fetiche.
RESUMO 03:

AMAZÔNIA DOS POVOS:
Os Movimentos, Lutas e Conflitos na Imprensa Paraense

Luciana Kellen Soares da Mata
(Graduada em Comunicação/UNAMA)
Franklin Salvador Oliveira
(Graduado em Comunicação/UNAMA)

De muitas formas, a Amazônia pode ser compreendida pela sociedade, sobretudo se a principal fonte de informação é a Imprensa. Com o objetivo de observar reportagens que transformaram em notícia conflitos sociais, o modo de ser das populações tradicionais e suas lutas pela afirmação de suas identidades sociais, este artigo analisa a representação do povo amazônico à luz da Teoria das Representações, Práticas e Apropriações de Roger Chartier, a ˝Palavra Muda˝ e o exercício do poder e manipulação de Michel Foucault e a construção das ligações sociais proposta por Patrick Charaudeau. Nessa perspectiva, o texto disserta sobre reportagens clipadas dos dois jornais impressos de maior tiragem do Estado do Pará, O Liberal e Diário do Pará, durante o mês de janeiro de 2008, e avalia as vozes presentes ou ausentes nas matérias jornalísticas para sondar escolhas de sujeitos, problemas e formas de leitura da realidade regional pela imprensa escrita em torno dos cenários amazônicos e suas gentes, destacando as possíveis consequências de entendimento pela sociedade das escolhas jornalísticas.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Representações. Análise do Discurso. Vozes Silênciadas.
RESUMO 04:

O QUE EXCITA OS ANJOS?
Mídia, Arte e Representações em The Fallen Angels

Elane Cristina do Carmo Queiroz
(Mestranda em PPGArtes/UFPA)

O presente artigo é parte integrante da pesquisa em desenvolvimento no Mestrado em Artes da Universidade Federal do Pará – UFPA. Ela compreende a análise da campanha publicitária do desodorante AXEexcite em seu processo de contaminação com o campo da arte. Como parte de sua divulgação, essa campanha conta com intervenções urbanas e com The Fallen Angels, micro filme veiculado pela mídia televisiva. No entanto, a abordagem aqui abrangerá, especificamente, o filme da campanha o qual traz sete mulheres como anjos que caem do céu. Tal produção interliga diferenciadas linguagens, formatos e meios e processos de significação, simultaneamente. O objetivo é mostrar como se deu o processo de criação e produção da imagem e como a arte se apresenta ajudando a construir essa trama de significados.

PALAVRAS-CHAVE: Mídia. Arte. Representações.
RESUMO 05:

MEMÓRIAS EM PELEJAS:
No Caminho do Jabuti e do Veado

Joel Pantoja da Silva
(Mestrando do PPGCLC/UNAMA)
Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)
Ivânia dos Santos Neves
(PPGCLC/UNAMA)
 
O artigo trata da persistência de uma memória discursiva Tupi presente na cosmologia de comunidades que constituem o roteiro Tajapuru, no município de Melgaço-Pa, na Amazônia Marajoara, em peleja com códigos de narratividade letradas coloniais. Objetiva discutir o poder dessa memória como lugar de reafirmação de experiências históricas entre o passado e o presente. A partir da narrativa oral A Esperteza do Jabuti (CORRÊA, 2010), captada em trabalho escolar, sob a orientação da Análise do Discurso, dialogamos com as categorias memória discursiva (COURTINE, 1981); memória coletiva (HALBWACHS, 2006); regularidades e dispersões (FOUCAULT, 1897) e cronotopo (BAKHTIN, 1998). Os resultados revelam representações da cultura Tupi nas simbioses entre o universo natural e cultural regional. Igualmente, nas apropriações que fazem de códigos e suportes materiais da cultura letrada eurocêntrica, reafirmando cosmologias, saberes, fazeres e agires. Finalmente, o poder dessa memória Tupi expõe as lutas culturais entre tradições orais e letradas em continuas relações de força, reveladas em negociações, perdas e incorporações.

PALAVRAS-CHAVE: Prática docente. Narrativas Orais. Discursos. Memórias em Peleja.
RESUMO 06:

O POVO INDÍGENA AIKEWÁRA E A MÍDIA:
Mediação, Apropriação e Resistência nas Fronteiras de Identidades

Maurício Neves Corrêa
(Mestrando do PPGCLC/UNAMA)
Ivânia dos Santos Neves
(PPGCLC/UNAMA)

A Guerrilha do Araguaia é uma das páginas mais difusas da história da última Ditadura Militar no Brasil. Ainda hoje não ficaram esclarecidos os acontecimentos que envolveram militares, guerrilheiros e o povo indígena Aikewára. Os índios Aikewára contam sua própria versão sobre o episódio, mas uma revista de circulação nacional publicou uma matéria que os responsabiliza pelas ações de violência em relação aos guerrilheiros. Este artigo vai analisar, fundamentado na Análise do Discurso e nas discussões dos Estudos Culturais a matéria “O Segredo dos índios: revelações sobre a Guerrilha do Araguaia” da revista GQ de abril de 2011e a posição dos Aikewára, a partir de seus depoimentos durante a realização de um projeto educacional realizado entre eles em 2010, relacionado às novas tecnologias da comunicação, que tinha por objetivo traduzir a tradição destes índios para suportes digitais.

PALAVRAS-CHAVE: Sociedades Indígenas. Mediações. Guerrilha do Araguaia.
RESUMO 07:

A PUBLICIDADE ESTÁ SEM TEMPO PARA O CONSUMIDOR

                                                                            Thiane de Nazaré Monteiro Neves
                                                                                    (Mestranda do PPGCCA/UFPA)

Desde a década de 1950, quando a industrialização brasileira foi intensificada, a publicidade nacional também se viu obrigada a atender as novas demandas e necessidades dos consumidores. Entretanto, mesmo com todas as mudanças culturais brasileiras e do surgimento de uma infinidade de novas tendências comerciais e mais outra quantidade considerável de leis, regulamentos, normas, etc., que influenciaram a atuação publicitária para que ela ultrapasse as fronteiras do simples consumismo e pudesse colaborar significativamente com as relações socioculturais. O presente artigo propõe uma análise do comportamento publicitário brasileiro sob a ótica dos Estudos Culturais, como tem se dado o processo comunicativo entre publicidade e sociedade? Os novos comportamentos perpassam por campanhas pela cidadania, pela preservação do meio ambiente, pelo consumo     consciente, por comportamentos saudáveis, etc. As mudanças  culturais   são   incontáveis,   mas   até   hoje   a   publicidade brasileira não parece se dar conta de que o consumidor mudou, suas exigências mudaram e o seu olhar acompanha as mudanças culturais no mundo todo.

PALAVRAS-CHAVE: Publicidade. Campanha Publicitária. Cultura. Consumidores.


GT 05: ESTUDOS CULTURAIS E HISTÓRIA

Coordenação:
Prof. Dr. Mário Médice Barbosa

RESUMO 01:

A LINGUAGEM PAPA-CHIBÉ DE MÁRIO SOBRAL:
Paraensismo, Identidades e Práticas Culturais

                                                                           Mário Médice Barbosa
(Doutor em História/PUC-SP-IFPA)

O artigo destaca as práticas culturais do jornalista Mário Sobral, quando são reveladas as crises de identidades paraenses. Defender o Pará contra projetos que supostamente poderiam prejudicar os interesses regionais não foi uma prática exclusiva de lideranças políticas e empresariais paraenses. Através de uma linguagem cômica do cotidiano de Belém, o jornalista Mário Sobral, autor do Dicionário Papachibé, travou inúmeras batalhas em defesa de costumes e valores identificados como genuinamente parauaras. Ameaçado pela diversidade cultural impulsionada no contexto da globalização, o ser parauara, tradicionalmente homogêneo na perspectiva do paraensismo, encontrou em Sobral um ardoroso defensor.

PALAVRAS-CHAVE: Parauara. Paraense. Identidade. Regionalismo.
RESUMO 02:

PORTOS DE HISTÓRIA:
Sentidos e Sentimentos em Memórias de Cidades-Florestas Marajoaras.

Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)

A memória social produzida por trabalhadores do porto de cidades-florestas marajoaras reconstrói sentidos e “estruturas de sentimentos” do cotidiano de luta pelo direito a vivências urbanas na Amazônia. Para captar essas narrativas e suas arte(manhas), o texto explora três conjuntos de narrativas orais captadas em entre-vista com trabalhadores pobres marajoaras: o primeiro coletado entre os anos de 2002 a 2004, nas interações com carregadores de mercadorias que transitam diariamente entre a cidade e o porto em Melgaço; o segundo registrado em 2006, por alunos do curso de Licenciatura Plena em História pela UVA, e trabalhado no projeto “Memórias da Sobrevivência: cotidiano e modos de trabalho no porto de Breves-Marajó-Pa.” sob nossa coordenação; o terceiro foi composto em 1999, por Ademir Neves, professor marajoara, e trabalhado em sua monografia de conclusão de curso “O Cotidiano Portuário de Breves em 1990”. Na esteira dos aportes teóricos dos Estudos Culturais e da metodologia da História Oral, o texto aponta que lembranças de viveres urbanos são referências para se apreender tensões, negociações e sociabilidades na produção e ressignificação dos sentidos e sentimentos nos modos de trabalho de populações de tradições rurais e orais em deslocamento dos territórios da floresta para a cidade. Nessa dinâmica (re)desenham cartografias identitárias e imaginárias de cidades-florestas na Amazônia.

PALAVRAS-CHAVE: Porto. Cidade-Floresta. Memória. Estruturas de Sentimento.
RESUMO 03:

MÚSICA POPULAR E ENGAJAMENTO NO PARÁ (ANOS 60 E 70)

Cleodir Moraes
(Doutorando em História/UFU)

Neste artigo, apresento alguns aspectos relevantes para a análise do processo de criação da canção engajada no Pará, nas décadas de 1960 e 1970, ao focalizar parte dos impasses e proposições técnico-estéticas e político-sociais que marcaram a sua existência histórica. Propõe uma forma de abordagem que se preocupa em perceber as interrelações e complementariedades estabelecidas entre os aspectos discursivos (figuras de linguagem, forma e estrutura poética etc.) e os parâmetros propriamente musicais (ritmo, melodia, instrumental, performance etc.) com os quais ela estrutura, fundada no exame de fontes fonográficas (LPs, CDs, fitas K7), visuais (DVDs, vídeos clips, fotografias) e escritas (jornais e revistas). O objetivo é compreender como, em sua estruturação estética, articularam-se as demandas sociais e políticas que tocaram mais de perto às expectativas de parte dos compositores paraenses, no interior do processo de definição da música popular no Estado, como produto artístico complexo e multifacetado. 

PALAVRAS-CHAVE: Música Popular. Engajamento. Belém-Pará.
RESUMO 04:

DOIS PARTIDOS E UMA COLCHA RASGADA:
Arena e MDB em notícias sobre a Amazônia Marajoara

Jaime Cuéllar Velarde
(Mestrando do PPGCLC/UNAMA)

Com o Golpe Militar de 1964, o novo governo precisava justificar suas medidas autoritárias por meio de dispositivos legais, ao mesmo tempo em que dessem conta de aparentar um governo sustentado por uma estrutura democrática e constitucional. Assim, 17 Atos Institucionais foram editados ao longo de todo o regime militar (1964-84). Um destes atos foi o AI-2, lançado em 27.10.1965, dividindo os quadros políticos brasileiros em dois grandes partidos: um para apoiar o regime: ARENA (Aliança Renovadora Nacional); e outro para fazer oposição: MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Entretanto, ao analisar as notícias de jornais em circulação amazônica que abordassem as tramas políticas nos rios e matas da Amazônia Marajoara, constato o fenômeno do Bipartidarismo abandonando os trejeitos maniqueístas que o forjaram e ganhando aspectos inteiramente novos na compreensão das tramas políticas do período em tela. As matérias jornalísticas trazem à tona conciliações, confusões e renúncias para compreender a colcha de retalhos costurada por projetos políticos amiúdes, possibilitando outro entendimento dos tempos de AI-2 em terras amazônicas.

PALAVRAS-CHAVE: Ato Institucional Nº 2. Bipartidarismo. Colcha de Retalhos.
RESUMO 05:

CONTATOS AFROINDÍGENAS NA ETNIA TEMBÉ TENETEHARA – ALTO RIO GUAMÁ -PA (1949- 2010).

Alik Nascimento de Araújo
(Mestranda do PPGHIST/UFPA)
                                                                            Luiz Carlos Cruz Cunha
(Especialista/IFPA)
                                                                             Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)

A comunicação procura refletir sobre os contatos e trocas culturais desenvolvidos por um negro maranhense, José de Sousa descendente de escravos, com a índia Ilda Tembé e seu grupo social, na etnia Tembé Tenetehara do Alto Rio Guamá, localizada no nordeste paraense. O ponto principal da análise centra-se nas questões de cultura e identidade e consequentemente hibridação em torno das convivências e lutas sociais desempenhadas por índios, um negro e seus descendentes nesse território indígena amazônico. A pesquisa encontrou sua fundamentação no campo teórico dos Estudos Culturais, especialmente, nos escritos de Stuart Hall (2000; 2003), Néstor Garcia Canclini (2003), Frederik Barth (1969) e Raymond Williams (1979), procurando trazer à tona importantes mesclas culturais e suas apropriações e representações identitárias a partir de 1949 até os dias atuais. Quanto aos instrumentos de pesquisa foi dado destaque a entrevistas e análise de documentos oficiais sobre ações da política indigenista na Amazônia, além do diálogo com uma recente historiografia que se pretende debater a questão indígena, negra e consequentemente afroindígena. Por meio das narrativas desses integrantes, nos foi possível sondar sobre as contribuições da cultura africana na vida dos Tembé, bem como as mudanças ocorridas no seio da organização social dessa sociedade indígena.

PALAVRAS-CHAVE: Contatos Afroindígenas. Estudos Culturais. Etnia Tembé.

GT 06: ESTUDOS CULTURAIS E ANTROPOLOGIA

Coordenação:
Prof. Msc. Jerônimo da Silva e Silva

RESUMO 01:

ETNOGRAFIA COMO TRADUÇÃO:
A im-possibilidade de inscrição do outro

Hadson José Gomes de Souza
(PPGLS/CAPES/UFPA)

Refletir sobre a relação etnógrafo e “objeto” de pesquisa, no caso o Estrangeiro, e a etnografia como produto resultante desse contato, podemos considerar o fulcro deste trabalho. A partir da crítica de filósofos como Emmanuel Lèvinas e Martin Burbe, ousamos evidenciar as limitações do processo de inscrição do Outro, ou da cultura deste, em todas as facetas da etnografia. Comungando das ideias de que o Outro não se enquadro nos moldes de objeto, numa perspectiva estruturalista, passível de intelecção, portanto, de ontologismos, refletimos que a tarefa do antropólogo/etnógrafo assemelha-se ao ofício do tradutor: re-apresentar a Alteridade de outrem por meio de sinédoques; elide-se, ad extra, a tentativa de abarcá-la, objetivá-la. Daí depreende-se a tradução etnográfica como im-possibilidade de transcrição, pois o ato de inscrever, transcrever, o Outro, o universo simbólico, torna-se objeto do discurso do tradutor, no caso do antropólogo. Demarcamos ademais a in-tradutibilidade do método etnográfico. Porque numa Metafísica da Alteridade o Outro se apresenta enquanto infinito, inassimilável enfim.

PALAVRAS-CHAVE: Etnografia. Alteridade. Tradução. In-traduzibilidade.    
RESUMO 02:

A IMPORTÂNCIA DA ETNOGRAFIA NAS PESQUISAS EM DANÇA

Rosana Lobo Rosário
(Mestranda do PPGArtes/UFPA)

O objetivo deste artigo é discutir a importância da etnografia e suas contribuições nas pesquisas em dança, tomando como base autores que discutem etnografia, antropologia, arte e dança. Partindo da premissa que arte sempre será influenciada pelos costumes dos lugares, a dança passa a ser vista como uma das formas de expressão da cultura das sociedades pelo mundo, uma vez que ela oferece elementos para compreender a sociedade a qual possui suas normas, valores e regras cabendo ao etnógrafo uma moderação de julgamento, assim, serão utilizados, também, a abordagem da educação somática, um campo teórico e prático que se interessa pela consciência do corpo e seu movimento. Um campo emergente interdisciplinar que surgiu no século XX, protagonizado por profissionais das áreas da saúde, da arte e da educação, e que a influência da educação somática nas práticas educacionais de dança tem sido muito discutida entre autores que abordam o tema.

PALAVRAS-CHAVE: Etnografia. Arte. Dança. Educação Somática.
RESUMO 03:

“TÁTICAS” COTIDIANAS NO JOGO DE IDENTIDADES
DOS HOMOERÓTICOS EM BACURITEUA (PA).

Camilla da Silva Souza
(Mestranda do PPGLS/CAPES/UFPA)

O presente artigo reflete acerca de algumas práticas e saberes de sujeitos da comunidade de Bacuriteua (PA), indicando as relações de tensão e negociação de grupos relativamente contrários entre si: pescadores e homoeróticos masculinos. E que a ambivalência estereotípica que suscita de ambos desvela a recorrência de discursos já incorporados, tidos como verdade. Ou seja, discursos “naturalizados” são tomados como forma de legitimar a diferença pautada na assimetria. Parte-se do pressuposto de que os sujeitos homoeróticos em processo de “descentramento das identidades” (HALL, 2005) não podem ser categorizados enquanto formadores de identidade fixa e unitária; a pluralidade enquanto perspectiva para o estudo de gênero, sexualidade e identidade apresenta-se como modo de pensar possível para a construção de relações sociais que quebrem com a visão somente unilateral dos modos de ser da sociedade. Tais reflexões partem de entrevistas com indivíduos de ambos os grupos mencionados. A base teórica constitui-se das leituras de Judith Butler (2003), Michel Foucault (1979/1988), Michel de Certeau (1994) e Stuart Hall (2005). Sugere-se que nas relações de força em questão, o poder é flexibilizado, de modo que os homoeróticos exercem seu poder por meio de táticas, na perspectiva certeauniana.

PALAVRAS-CHAVE: Homoerotismo Masculino. Identidade. Relações de Poder. Táticas.
RESUMO 04:

O IMAGINÁRIO COLETIVO SOBRE A AMAZÔNIA:
Clichês do Cinema Estrangeiro e Outras Amazônias no Documentário Iracema (1974)

Geovane Silva Belo
(Mestrando do PPGArtes/UFPA)

O cinema, linguagem híbrida, é uma das artes mais influentes na representação das culturas. Seu poder discursivo interfere no imaginário coletivo a respeito de espaços e comportamentos humanos. A nossa sociedade se tornou consumidora de cultura. Este projeto pretende examinar os estereótipos do cinema estrangeiro sobre a Amazônia em Anaconda (1997), Lambada, a dança proibida (1990) e Floresta das Esmeraldas (1985) - sobretudo, nas correspondências entre arte/imaginário - comparados ao documentário Iracema, uma transa amazônica (1974). O trabalho anseia compreender a semiose do cinema como uma arte que requer uma leitura não só semiótica, mas também antropológica e sociológica, para isso deveremos considerar as teorias sobre imaginário, a linguagem sonora, visual e verbal e a recepção crítica das obras audiovisuais. Os estudos de Gilbert Duran sobre o imaginário, as análises de Neide Gondim sobre a Amazônia e as antropológicas de Claude Lévi-Strauss sobre o "pensamento selvagem" como também as atribuições do "saber local" de Clifford Geertz servirão de suporte para o desenvolvimento inicial desta pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Cinema. Recepção. Imaginário.
RESUMO 05:

ENTRE NÓS:
Apontamentos para se pensar a-(s) Biografia-(s) dos Objetos Artísticos
Ocidentais Musealizados
Luzia Gomes Ferreira
(Mestranda do PPGA/UFPA)

Nas “sociedades ocidentais” poucos objetos são envoltos em tantos mitos como as obras de arte. É interessante constatar a continuação da ideia de aura dos objetos artísticos, colocando-os numa posição de “deidade” estimulando assim, o seu culto sacro. Longe de pensar na destruição da obra de arte, estabeleço um diálogo entre Museologia, Estudos Culturais, Estudos de Cultura Material, Antropologia e História da Arte, na busca de compreender o museu como um lugar praticado de memória-(s) que faz parte da vida social dos objetos artísticos, analisando como os processos de musealização contribuem para construção e reconstrução das suas biografias, bem como, para lhe conferir status e hierarquias diante dos outros artefatos. Compreendendo o objeto artístico enquanto cultura material, numa perspectiva na qual materialidade e imaterialidade estão fundidas e que em certa medida a obra de arte pode ser considerada os “objetos etnográficos da nossa própria sociedade”, evidencio que a sua sacralização, elitização e distinção não ocorrem especificamente pelos seus suportes físicos, mas sim, pelas ideias que circulam nos espaços onde eles são produzidos e apresentados, assim como, pelas pessoas que produzem, pesquisam e consomem arte. Considero que um diálogo mais profundo e aberto entre Antropologia, Estudos Culturais, Estudos de Cultura Material, Museologia e História da Arte, pode contribuir para desmistificar a obra de arte enquanto um objeto fora do nosso cotidiano - possuidor de uma eternidade - que extrapola o mundano vivido por aqueles que o produziu.

PALAVRAS-CHAVE: Biografia. Objetos Artísticos. Objetos Etnográficos. Musealização. Museu.
RESUMO 06:
“O VÔO DO CABOCLO FLECHADOR”:
A Saga de um Xamã na Amazônia Bragantina

Jerônimo da Silva e Silva
(Msc. em Comunicação, Linguagens e Cultura/UNAMA)
Agenor Sarraf Pacheco
(PPGArtes/PPGA/UFPA)

Neste ensaio, apresentamos a floresta da Amazônia Bragantina como local onde deuses, espíritos, encantarias, entidades incorpóreas, anjos, demônios e santos vivem, correm, choram, combatem e são combatidos nas manifestações culturais partejadas nos encontros entre as cosmologias de sabedorias afroindígenas e personagens do catolicismo popular. Através das narrativas orais de crianças, jovens e adultos testemunhamos as possessões coletivas, desmaios, “atuações” de agentes sociais que complexificam a vida cotidiana de populações rurais, e ao mesmo tempo, são interpretadas pelos meios de comunicação sob a lógica do discurso “místico”, “exótico” e “sobrenatural”. Apresentamos, ainda, a surpreendente ação do jovem Cristiano, médium, rezador, curador, pajé e exorcista, que combate no plano espiritual, através do poderoso Caboclo Flechador, entidades incorpóreas, mortos-vivos e demônios que povoam corpo e imaginário da população na vila Socorro (Km 14), no município de Traquateua. Os elementos apresentados e a extraordinária formação xamânica de Cristiano são pesquisados nos territórios metodológicos da História Oral e pensados no diálogo interdisciplinar dos Estudos Culturais Britânicos, pensamento Latino Americano e Pós-Colonial, interconectando a ação do reino dos encantados com os postulados da Antropologia da Religião e da Saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Possessões coletivas. Encantarias. Xamanismo. Amazônia Bragantina.      



[1] A escrita do resumo é de responsabilidade de seu(s) autor(es), tanto no que tange ao conteúdo apresentado, quanto na sua exposição textual. A comissão organizadora do caderno se isenta de possíveis equívocos, incompreensões ou usos indevidos de informações.